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Assalto a banco faz 50 pessoas reféns em São Paulo
Da mesa cirúrgica do hospital, ladrão baleado pôs fim ao roubo e determinou que os outros criminosos se rendessem
Após negociação, cinco assaltantes foram presos pela PM; eles são suspeitos de pelo menos outros dez assaltos na cidade de SP
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Deitado na mesa cirúrgica de
um hospital em Itaquera (zona
leste de SP), para onde foi levado após ser ferido por PMs com
um tiro nas costas e outro na
perna, o assaltante Wellington
Calado, 26, determinou ontem
o fim de um assalto a banco
que, durante mais de uma hora,
teve 50 pessoas reféns.
O assalto ao banco Itaú da
rua Harry Dannenberg, na Vila
Carmosina, em Itaquera, começou por volta das 11h30 de
ontem, quando um dos seis ladrões que participaram do crime passou pela porta giratória
da agência, armado com uma
pistola 380, e rendeu um dos
três vigias do local, que portavam revólveres calibre 38.
Dentro da agência, outros
quatro ladrões, todos eles até
então desarmados, esperavam
a ação.
Os ladrões fizeram reféns
dentro do Itaú e, diante da
ameaça de que iriam matar
quem reagisse, desarmaram e
renderam os outros dois vigilantes do banco.
Com cerca de 50 pessoas dominadas, entre clientes e funcionários, os cinco ladrões passaram a mandar parte dos reféns para o banheiro da agência. Enquanto isso, eles recolhiam o dinheiro dos caixas.
Em poucos minutos, o bando
já tinha um saco cheio de dinheiro e começou a se preparar
para fugir. O primeiro a ganhar
a calçada foi Wellington Calado, responsável por carregar o
dinheiro. Assim que cruzou a
porta, um carro da PM passava
bem em frente ao banco e os
policiais perceberam o assalto.
Houve tiroteio e Wellington foi
baleado.
Os outro quatro criminosos,
um deles Cleber Calado, 24, irmão de Wellington, abortaram
a fuga e voltaram para dentro
da agência, onde fizeram os 50
reféns até por volta das 13h. Um
ladrão que aguardava o bando
do lado de fora do banco fugiu.
Wellington foi levado para o
hospital.
Negociação
Assim que soube do assalto, o
capitão da PM Robson Silva da
Cruz, 40, especialista em gerenciamento de crises, foi para
a porta do Itaú e, por meio de
telefones celulares, começou a
negociar com os criminosos a
libertação dos reféns.
A cada exigência dos criminosos, o capitão exigia a libertação de um determinado número de reféns. Por volta das
12h10, um homem que passou
mal e uma funcionária do banco grávida foram libertados.
O desfecho da negociação entre Cruz e Cleber Calado se deu
quando o assaltante, extremamente exaltado por saber que o
irmão estava baleado, exigiu falar com ele pelo telefone.
Do centro cirúrgico do Hospital Santa Marcelina, o irmão
mais velho, prestes a ser sedado, deu a ordem para o mais novo por telefone: "Se entreguem
porque a casa caiu pra nós. Eu
tô vivo, já era."
Além dos irmãos Calado, foram presos Alexandre dos Santos Teixeira, 24, que era foragido da Justiça, Robson Costa
Mendes, 27, procurado por
roubo, e Erik Campos da Silva,
24. O grupo é suspeito de outros dez assaltos a bancos.
Nenhum dos presos tinha
constituído advogado de defesa
até a noite de ontem. A polícia
não permitiu que os presos falassem com a reportagem.
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