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Escola "premiada" teve aumento nas matrículas
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma festa com banda gospel
e discurso de pastor evangélico
animaram a população de Belo
Jardim, agreste pernambucano, no final de novembro passado. Era a comemoração pelo
Prêmio Nacional de Excelência
em Qualidade no Ensino 2009,
concedido ao Instituto Êxito.
Pelo ranking do Instituto Gomes Pimentel, o colégio estava
entre as 150 melhores instituições de ensino do Brasil. Pelo
MEC, porém, a instituição aparece em 10.894º lugar no Enem,
entre 26.018 escolas avaliadas.
"Todo mundo me parabenizou", conta a dona da escola,
Elisabete Alves, 59. "A quantidade de alunos que recebi não
está no gibi. Uns 150 a mais." O
colégio tem 500 alunos, de educação infantil a ensino médio.
Pelo prêmio, ela disse ter pago R$ 1.700, em oito vezes. "Ele
[Luís Nogueira, do Instituto
Gomes Pimentel] deixou a minha [premiação] por menos."
Elisabete disse nunca ter ouvido falar do instituto até receber uma carta que tratava da
premiação. Toda a negociação
foi por telefone e o pagamento,
via depósito. Há alguns dias, ela
recebeu outro ofício informando que seria premiada de novo.
Até falar com a Folha, se preparava para pagar pelo prêmio.
Assim como ela, outras escolas disseram estar convictas de
que se tratava de um prêmio
oficial. "São as notas de avaliação feitas pelo Ministério da
Educação", diz Bianca Lima,
diretora pedagógica do Jardim
Escola Vovô Lima (RJ) -que
não é avaliado pelo MEC.
O supletivo Supla (SC) disse
ter sido indicado pelo trabalho
na alfabetização de surdos e
mudos. A Unibahia (BA) disse
que se qualificou pela "excelência e qualidade de ensino". A
instituição recebeu nota 2 do
ministério no IGC (Índice Geral de Cursos), que avalia instituições de ensino superior e vai
de 1 a 5. A Unibahia contesta os
critérios do IGC e diz que melhorou na avaliação.
Todas disseram ter pago -o
argumento do instituto, afirmam, é que os R$ 2.000 são pelo jantar. O colégio Qui-Mimo
(BA) foi a única entre as instituições consultadas a dizer que
não pagou. A Folha procurou o
Unieuro (DF) e a Faap (SP),
que não ligaram de volta.
(RG)
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