São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2005

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POR ACASO

Pedido de almoço feito por PM a prima de criança facilitou buscas da família, que tentava localizá-la havia 6 dias

Marmitex faz menino reencontrar família

FÁBIO MAZZITELLI
DO "AGORA"

O acaso devolveu o menino L.L.A., 9, perdido havia seis dias, à família. Ele foi reencontrado por uma prima, após o auxílio de uma policial militar que se dispôs a oferecer um almoço à criança.
Perdido desde o dia 5 de maio, quando tomou um ônibus errado na região de Santo Amaro (zona sul de São Paulo), o menino dormia em locais públicos e sobrevivia por meio de contribuições e e alimentos de ambulantes.
Ontem, perambulava pelo largo 13 de Maio, no mesmo bairro, quando, às 10h, foi encontrado pela soldado da PM Célia Aparecida dos Santos, 35, em frente ao Poupatempo, chorando.
Ao perceber que a criança, que tem dificuldades para se expressar -a família suspeita de problemas mentais-, não sabia dar o nome completo nem indicar com exatidão onde morava, a PM tentou buscar um almoço para ele.
Após deixar a criança sob a guarda de outros policiais, a policial foi à agência do Banco do Brasil da praça Floriano Peixoto, a algumas quadras do largo 13, e pediu à copeira Eva Bezerra Cavalcanti da Silva, 35, um marmitex para o menino. E descobriu que a amiga, além de funcionária do banco, era prima do menino.
"Eu levava uma foto dele na carteira e, quando ouvi a história, deu um gelo na hora", disse Silva. "Quando ele me viu, chorou muito. Estava todo sujo, imundo. Foi de cortar o coração", completou a copeira, que mora na mesma rua da criança, em Santo Amaro.
No final da tarde de ontem, ao sair da agência com Silva e passear de mãos dadas com a prima, o menino dançou ao ouvir uma música de axé da barraca de um camelô e demonstrou estar com saudade, especialmente da mãe.
"Quero dar aquela "chinela" (sic) de presente para minha mãe. De Dia das Mães", disse, referindo-se a uma sandália que viu exposta em uma das barracas da região.
Depois do reencontro, a intenção do garoto era reencontrar a família o mais rápido possível. "Quero voltar para a minha casa para ficar bem quietinho", disse.


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