São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

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Garoto de 12 anos leva tiro no rosto e morre

DO "AGORA"

Um menino de 12 anos foi assassinado na noite de anteontem por dois homens não-identificados que estavam numa moto. E.G.O. estava com crianças próximo a sua casa, no bairro Jardim Filhos da Terra, na zona norte de São Paulo, quando foi atingido no rosto por um dos ocupantes da moto. Ontem, havia um ramo de folhas marcando o lugar onde o menino estava sentado na hora do disparo, segundo vizinhos.
O pai da vítima, E.O., 42, foi preso pela polícia após o crime porque foi flagrado com um revólver tentando ir atrás dos autores do disparo. Ele estava com o motoboy R.C.M., 21, que é vizinho da família e proprietário da moto que os dois usaram para tentar alcançar os criminosos.
O menino foi socorrido por policiais, que o levaram até o Hospital São Luiz Gonzaga, no Jaçanã, mas já chegou à unidade sem vida. Até ontem, os autores do crime ainda não haviam sido identificados pela polícia.
O motivo do assassinato também é ignorado.
A família não aceita a idéia de que a morte do menino tenha alguma relação com o fato de o pai dele já ter cumprido pena por tráfico de drogas há cerca de quatro anos.
"Divulgaram isso, mas é tudo invenção. Meu pai não tem inimigos. Não tem nada a ver. Não tem explicação [a morte de garoto]", afirmou o irmão da vítima, M.G.O., 21.
Enquanto aguardavam a liberação do corpo, familiares disseram ontem que o menino era uma boa pessoa e nunca havia feito mal a ninguém. "Ele criava oito cachorros. Via na rua, ficava com pena e pegava", falou uma tia.
O garoto estava sendo velado ontem no cemitério Vila Rio, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O enterro está previsto para hoje, às 9h.

"Assassinos soltos"
A mãe da vítima, V.A.G.S., estava inconsolável. "O meu marido agora está preso e os dois assassinos, soltos. Ele já pagou à sociedade o que tinha de pagar."
Ela contou que o filho gostava de assistir a filmes em DVD e tinha medo até de pegar ônibus para não ser assaltado.
O irmão lembrou que a vítima já tinha falado em voltar a morar em São Vicente (74 km a sudeste de São Paulo), onde ambos nasceram. O menino assassinado fazia a 7ª série e morava em São Paulo havia oito anos. (Tharsila Prates)


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