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Faltou aprovação da procuradoria, diz ex-secretário
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Direitos Humanos do governo Rosinha,
Paulo Baía, afirmou que, para a
concessão das pensões administrativas às vítimas de violência, faltou o "nada a opor" da
Procuradoria Geral do Estado.
"Não podemos contrariar em
termos jurídicos uma decisão
da procuradoria, cuja opinião
tem força de resolução", afirmou Baía. "O que a governadora não podia fazer era discordar
da procuradoria, porque cometeria um ato de improbidade administrativa. No caso da
chacina da Baixada Fluminense, a procuradoria deu o "nada a
opor" [para a concessão de pensão às famílias das vítimas]",
argumentou Baía.
O subprocurador-geral do
Estado, Rodrigo Mascarenhas,
afirmou que a Secretaria de Direitos Humanos poderia discordar da opinião da procuradoria, "mas teria que justificar". Para Paulo Baía, os procuradores "estão querendo tirar
o corpo fora para dizer que a
responsabilidade não é deles".
"Se eles colocassem o "nada a
opor", isso viraria projeto de
lei".
Baía afirmou que pediu arquivamento dos processos de
concessão de pensão porque tinha "que dar um destino a esses
processos". "Você, como autoridade, não pode não se pronunciar diante de um processo".
O subprocurador-geral do
Estado, Rodrigo Mascarenhas,
argumentou que recomendou
a não concessão da pensão porque "não foi comprovada a participação de servidores estaduais" nos casos apontados pela Folha.
Decepção
No caso de Maicon da Silva
Souza, 2, morto por bala perdida em Acari e cujo pedido de
pensão foi aprovado pela procuradoria, Baía afirma ter ficado "decepcionado" com o
veto da ex-governadora Rosinha Matheus. "A nossa política era reconhecer previamente quando agentes públicos cometiam erros de violência, sobretudo letal contra a população".
O ex-secretário relata ainda que, no fim do governo, teve dificuldades para a liberação de recursos, o que poderia
ter influenciado nas decisões
sobre as pensões administrativas.
Baía disse ainda torcer para
que o subsecretário Lourival
Casula Filho e a procuradora-geral Lúcia Léa reabram
os processos.
A assessoria de imprensa
da ex-governadora Rosinha
Matheus foi procurada e não
se manifestou até a conclusão
desta edição.
(IN)
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