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ENSINO SUPERIOR
Média é inferior à do segundo mandato de FHC, que chegou a 4,5 por dia; novos processos estão suspensos
Governo Lula autoriza 3,4 cursos por dia
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Educação já autorizou, no governo Luiz Inácio
Lula da Silva, o funcionamento de
1.760 novos cursos de ensino superior no país. São, em média, 3,4
cursos abertos por dia.
Esse número ainda pode aumentar porque não inclui dados
referentes a universidades e centros universitários, que têm autonomia e não precisam de autorização do MEC para abrir cursos,
exceto os localizados fora da sede.
As informações referentes a essas instituições serão conhecidas
quando o próximo Censo da Educação Superior for divulgado, o
que deve ocorrer até agosto. O número de 3,4 cursos é relativo a faculdades e institutos superiores.
Entre 1998 e 2002, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando houve a
maior expansão do ensino superior brasileiro nos últimos anos, a
média de cursos abertos ficou em
4,5 por dia. O pico foi registrado
em 2002 -2.244 cursos de graduação abertos naquele ano, de
acordo com o censo.
Sem fazer referência ao seu antecessor, Cristovam Buarque, que
manteve a política adotada pelo
PSDB, o ministro Tarso Genro
criticou ontem em Porto Alegre a
gestão tucana na Educação, sob o
comando de Paulo Renato Souza,
dizendo que houve "irresponsabilidade administrativa devido à
proliferação de cursos em universidades privadas". Paulo Renato
não foi localizado ontem.
Levantamento da Secretaria da
Educação Superior do MEC indica que foram autorizados 1.245
cursos em 2003 e outros 515 entre
janeiro e 31 de maio deste ano.
"Os números são altos, mas a
demanda por vagas também é
grande. O que tentamos fazer é
analisar a necessidade social para
autorizar ou não o funcionamento", diz Heloiza Marinho da Silva,
coordenadora-geral de supervisão da educação superior.
Uma das responsáveis pela definição de critérios a serem usados
na análise das solicitações pendentes no MEC, Silva lembra que
está suspenso até novembro o recebimento de novos pedidos de
autorização de cursos e de credenciamento de instituições.
A suspensão foi determinada
por Tarso no dia 13 de maio para
os técnicos analisarem os 2.534
pedidos existentes. Há mais 2.900
solicitações de reconhecimento
de cursos. Terá prioridade o curso
que contribuir para reduzir desigualdades regionais e sociais.
A secretaria ainda não chegou a
finalizar o total de novas vagas
abertas desde o ano passado nem
o percentual de cursos autorizados por tipo de instituição, mas a
maioria foi na rede particular,
principalmente do Sudeste.
O secretário da Educação Superior, Nelson Maculan Filho, explica a expansão pelo acúmulo de
pedidos de autorizações no MEC
e pela demanda por vagas.
O Brasil registrou em 2002, último dado disponível, 1,88 milhão
de estudantes que terminaram o
ensino médio, ou seja, estavam
aptos a concorrer a uma vaga na
universidade. Desses, 76% tinham entre 17 e 21 anos.
Além disso, o Plano Nacional de
Educação determina que o país
tenha 30% dos jovens entre 18 e 24
anos no ensino superior até 2010.
Hoje são apenas 9%. Se somados
os estudantes de outras faixas etárias, chega a 12%.
Para Maculan Filho, a expansão
no setor privado vai continuar, já
que a rede pública não teve aumento significativo de vagas nos
últimos anos.
Colaborou a Agência Folha, em Porto
Alegre
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