São Paulo, domingo, 12 de junho de 2005

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Termina rebelião em Praia Grande

DA AGÊNCIA FOLHA

Terminou ontem, por volta das 9h, a rebelião no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. Dois carcereiros que haviam sido feitos reféns pelos detentos foram libertados e levados para o pronto-socorro da cidade. Segundo a Polícia Militar, o estado de saúde deles era bom.
A rebelião começou às 16h de anteontem. Horas antes do início do motim, Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, acusado de chefiar o tráfico de drogas na Baixada Santista, havia sido transferido do presídio.
A tropa de choque da PM entrou no CDP às 8h30. Até o final da manhã de ontem, ainda ocorria revista na unidade e não havia informações sobre possíveis transferências de presos. Segundo a PM, alguns objetos cortantes -como canivetes- já haviam sido encontrados com os detentos.
As negociações com os presos foram conduzidas por uma comissão da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
Durante a madrugada, vários familiares de detentos permaneceram na entrada do presídio, de onde foi possível ouvir barulhos semelhantes aos de tiros.
Anteontem, a Agência Folha conseguiu contato, por meio de um familiar que estava na porta do CDP, com um dos detentos amotinados. Segundo esse interlocutor, que pediu para não ser identificado, a rebelião começou após uma tentativa frustrada de fuga. Ninguém do CDP ou da SAP confirmou ontem a informação de que 60 detentos ameaçados de morte teriam sido transferidos da unidade na noite de sexta-feira.
O Centro de Detenção Provisória tem capacidade para 512 detentos, mas comportava 1.028 antes da suposta transferência.
Naldinho foi preso na segunda-feira. Ele e o ex-goleiro Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, foram flagrados em escutas telefônicas discutindo a abertura de empresas para supostamente lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Edinho continuava preso ontem na sede do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos). A mãe de Edinho, Rosemary Cholbi, disse que não comentaria o caso. "Quero preservar o Edinho. Não quero que minhas palavras alimentem ainda mais esse assunto."


Colaborou a Reportagem Local e o "AGORA"

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