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Termina rebelião em Praia Grande
DA AGÊNCIA FOLHA
Terminou ontem, por volta das
9h, a rebelião no CDP (Centro de
Detenção Provisória) de Praia
Grande, no litoral sul de São Paulo. Dois carcereiros que haviam
sido feitos reféns pelos detentos
foram libertados e levados para o
pronto-socorro da cidade. Segundo a Polícia Militar, o estado de
saúde deles era bom.
A rebelião começou às 16h de
anteontem. Horas antes do início
do motim, Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, acusado de chefiar o tráfico de drogas
na Baixada Santista, havia sido
transferido do presídio.
A tropa de choque da PM entrou no CDP às 8h30. Até o final
da manhã de ontem, ainda ocorria revista na unidade e não havia
informações sobre possíveis
transferências de presos. Segundo
a PM, alguns objetos cortantes
-como canivetes- já haviam sido encontrados com os detentos.
As negociações com os presos
foram conduzidas por uma comissão da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
Durante a madrugada, vários
familiares de detentos permaneceram na entrada do presídio, de
onde foi possível ouvir barulhos
semelhantes aos de tiros.
Anteontem, a Agência Folha
conseguiu contato, por meio de
um familiar que estava na porta
do CDP, com um dos detentos
amotinados. Segundo esse interlocutor, que pediu para não ser
identificado, a rebelião começou
após uma tentativa frustrada de
fuga. Ninguém do CDP ou da SAP
confirmou ontem a informação
de que 60 detentos ameaçados de
morte teriam sido transferidos da
unidade na noite de sexta-feira.
O Centro de Detenção Provisória tem capacidade para 512 detentos, mas comportava 1.028 antes da suposta transferência.
Naldinho foi preso na segunda-feira. Ele e o ex-goleiro Edson
Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, foram flagrados em
escutas telefônicas discutindo a
abertura de empresas para supostamente lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Edinho continuava
preso ontem na sede do Denarc
(Departamento de Investigações
sobre Narcóticos). A mãe de Edinho, Rosemary Cholbi, disse que
não comentaria o caso. "Quero
preservar o Edinho. Não quero
que minhas palavras alimentem
ainda mais esse assunto."
Colaborou a Reportagem Local e o
"AGORA"
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