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SP tem 14 áreas com nível severo de poluição
Índice é o mais alto entre as classificações da Cetesb, que fez análise da concentração de poluentes em 80 pontos de 2005 a 2007
Problema mais grave é o ozônio, que aparece com 11
registros em nível crítico; USP e Ibirapuera estão entre os
locais com níveis mais altos
Caio Guatelli/Folha Imagem
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Aviões no aeroporto de Congonhas, região em que a poluição do ar é alta; Estado tem 14 áreas com índices considerados severos
AFRA BALAZINA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado de São Paulo tem
hoje 14 áreas em que o nível de
poluição é considerado "severo", índice mais alto entre as
classificações da Cetesb, que
faz uma tabela baseada na concentração de poluentes registrada entre 2005 e 2007 em 80
pontos de monitoramento. O
problema mais grave é o ozônio, com 11 registros entre os
níveis mais altos de um total de
28 estações medidoras.
É a primeira vez que a Cetesb
(agência ambiental paulista)
faz uma graduação da saturação desse poluente -até então,
o órgão indicava somente se a
área estava saturada, não saturada ou em vias de saturação.
Entre as estações que foram
apontadas como em situação
severa estão Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, e USP, na
zona oeste. A classificação foi
feita para orientar o programa
que pretende restringir o aumento e ainda tentar reduzir as
emissões de poluentes nas
áreas mais poluídas.
Apesar de todas as regiões saturadas serem consideradas
preocupantes, as com classificação "severa" têm qualidade
do ar ruim por mais tempo, ou
maior intensidade de poluição,
do que as áreas com classificação "séria" e "moderada".
Com base num decreto de
2007 do governador José Serra
(PSDB), a Cetesb vai condicionar a liberação de licenças para
empreendimentos em áreas saturadas à implantação de programas contra a poluição.
A legislação permite até que a
Cetesb impeça a instalação de
indústrias em locais em que,
devido aos índices de poluição,
houver dano potencial à saúde,
caso as emissões aumentem.
Em dois anos, a Secretaria de
Estado do Meio Ambiente planeja ver em funcionamento um
sistema semelhante ao de créditos de carbono. Se uma empresa pretende emitir mais poluentes, por exemplo, terá de financiar a redução deles com investimentos na região em que
opera.
Uma das fórmulas de operar
com esses créditos será, ainda
como exemplo, aplicar recursos na renovação da frota de
ônibus que circula naquela área
ou dotar empresas vizinhas de
equipamentos antiemissão.
Segundo Marcelo Minelli, diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da
Cetesb, a classificação é importante para estabelecer metas de
redução de emissões de poluentes para a atmosfera.
De certa forma, porém, o decreto é mais permissivo que o
anterior, de 2006, que, porém,
jamais foi posto em prática. No
mais recente, as emissões decorrentes de ampliações de indústrias não precisam ser compensadas até 2012 -apenas novas fábricas devem fazer compensações.
O secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, diz que
todo o processo de ajuste do decreto foi discutido com a Fiesp
(federação das indústrias do
Estado). Ele afirma que o decreto anterior era bom na teoria, mas não funcionava.
Segundo Minelli, apesar de
não ser o objetivo do decreto,
uma de suas conseqüências é
que as empresas têm modernizado os projetos e feito maiores
investimentos para poder reduzir as emissões e evitar a necessidade de compensação.
Ozônio e saúde
O ozônio é tóxico quando está na troposfera (mais próximo
ao solo), onde as pessoas respiram. Entretanto, na estratosfera (a cerca de 25 km de altitude), tem a função de proteger a
Terra dos raios ultravioleta.
Quando a qualidade do ar está ruim por ozônio, pessoas
com doenças respiratórias têm
os sintomas agravados, e a população em geral pode apresentar ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca e cansaço.
Além das áreas em nível "severo", outras seis estações ficaram classificadas como saturadas em nível "sério" -entre
elas, São José dos Campos e
Paulínia- e mais sete foram
qualificadas como saturadas
em nível "moderado" -caso de
Americana, Ribeirão Preto e
Sorocaba, no interior, e de Pinheiros, na zona oeste de SP.
Apenas a estação de Jaú-Cartódromo aparece fora da lista
de saturadas, mas está próxima
de integrar a relação: está classificada como quase saturada.
O ozônio se forma a partir de
reações químicas entre óxidos
de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis na presença de
luz solar -por isso, em dias bonitos a poluição é pior no caso
desse poluente. Áreas como a
USP e o Ibirapuera sofrem mais
com o ozônio principalmente
por receberem muita luz solar.
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