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Ar de São Caetano é dos mais poluídos de SP
Embora tenha bons indicadores de desenvolvimento, cidade sofre com excesso de ozônio, monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio
Sem ações integradas na Grande São Paulo não há como reduzir poluição na cidade, diz diretor de Meio Ambiente da prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
Cidade com os melhores índices de desenvolvimento humano (IDH) do país, São Caetano do Sul (SP), desde a última
década, tem um dos ares mais
poluídos do Estado.
Com população de 136.972
habitantes em 2007, a cidade
exibe indicadores exemplares
para o Brasil, como renda média de 5,48 salários mínimos
-no Estado, são 2,92- e mortalidade infantil de 7,57 por mil
nascidos vivos, semelhante ao
de países desenvolvidos.
A cidade do Grande ABC sofre com excesso de ozônio, monóxido de carbono e dióxido de
nitrogênio -é a única zona de
São Paulo em que a concentração deste último poluente é
classificada como saturada.
Além de irritar a mucosa do
nariz e de trazer risco de doenças do pulmão, o dióxido afeta o
crescimento de plantas e induz
à formação de ozônio e de chuva ácida, um fenômeno típico
de áreas industriais.
São Caetano ainda divide
com Taboão da Serra (também
na Grande SP) a classificação
de saturação "moderada" para
o monóxido de carbono, gás tóxico emitido por motores de
veículos e máquinas em mau
funcionamento.
Além disso, a cidade registrou o maior índice do poluente
monóxido -11 partes por milhão- nos últimos três anos
entre as 20 estações de todo o
Estado de São Paulo.
O diretor de Meio Ambiente
de São Caetano, Osvaldo Ceoldo, diz que, sem ações integradas em toda a região metropolitana, não há meios de reduzir a
poluição na cidade. "Estamos
na mesma "bacia de ar". A poluição que se concentra aqui não é
produzida só aqui, mas nas cidades vizinhas também."
Segundo ele, a prefeitura está
renovando a frota de ônibus para reduzir as emissões, mas a cidade é ponto de passagens de
ônibus intermunicipais que
trafegam entre o ABC e SP.
"Ocorre que a maioria da frota de ônibus que passa por aqui
é da frota metropolitana, da
qual não temos controle", diz.
Ceoldo critica a demora na
adoção, em todo o país, do diesel com menor teor de enxofre,
já que, segundo ele, somente
políticas regionais, estaduais e
nacionais podem fazer com que
a poluição seja reduzida nas cidades metropolitanas.
A Petrobras comercializa
diesel com 500 ppm (partes por
milhão) nas regiões metropolitanas e com 2.000 ppm, para o
interior do país.
Resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de 2002, determina
que, a partir de 2009, o teor caia
para 50 ppm, prazo que dificilmente será cumprido.
"De que adianta vender o diesel metropolitano aqui na cidade se os caminhões já vêm do
interior com o tanque cheio? É
preciso melhorar a qualidade
do combustível, mas não adianta ser só aqui."
(JEC e AB)
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