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Teatro Municipal terá restauração inédita
Obras começam até o fim deste mês e devem durar um ano; serão recuperados a fachada e elementos internos e externos
Serão restauradas peças originais, como as duas liras de argamassa próximas à cúpula; programação do Municipal não será mudada
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
O restauro da fachada e de
peças internas e externas do
Teatro Municipal de São Paulo
começa até o final deste mês
-amanhã, a prefeitura assina o
contrato com a empresa responsável pelas obras. O prazo
de conclusão é de um ano. O
custo é de R$ 5,8 milhões.
Pela primeira vez na história
do edifício, inaugurado em
1911, serão restauradas peças
originais como as duas liras de
argamassa que ficam em cima
do teatro, próximas à cúpula, as
máscaras, também de argamassa, que decoram a fachada, e a
cumeeira do telhado, que tem
partes de cobre estampado. A
programação do teatro não será afetada pelo restauro.
Da cerimônia de assinatura
do contrato, amanhã, participarão o prefeito Gilberto Kassab e o secretário municipal de
Cultura, Carlos Augusto Calil.
Não está definido ainda se a
intervenção será feita com andaimes, balanços ou equipamentos do tipo "girafa" -de todo modo, o acesso ao teatro no
período estará garantido.
Projetado por Ramos de Azevedo, o Teatro Municipal teve
seu último grande restauro entre 1986 e 1991, quando foram
também realizadas algumas
obras internas. Dessa vez, a intervenção será focada apenas
na conservação e na limpeza.
"Faremos a limpeza, o retoque e a proteção da fachada e
das áreas de circulação do público, como o salão nobre e o
restaurante", explica a arquiteta Rafaela Bernardes, chefe do
laboratório do restauro do
DPH (Departamento de Patrimônio Histórico).
Salão e restaurante
As peças de tapeçaria do salão nobre serão limpas e restauradas, assim como as pinturas artísticas do salão e do restaurante -onde funciona o café
do teatro. O espaço teve a pintura original das paredes coberta por tinta branca na década de 1950, durante uma ampla
reforma que também dividiu o
pé direito do local para criar
dois andares.
Na reforma da década de
1980, no entanto, a tinta branca
foi removida, assim como a divisão de andares, mas a pintura
original nunca chegou a ser restaurada. "Faremos ainda as instalações hidráulicas e elétricas
necessárias para que o café funcione em melhores condições",
conta Rafaela.
Os vitrais de todo o teatro serão trocados -no salão nobre,
vários deles estão colados com
fita adesiva. "A variação de
temperatura diminui a resistência das armações de chumbo e, como os vitrais são de difícil sustentação, quebram mesmo", afirma a arquiteta.
Por fora
Segundo Rafaela, eventualmente acontece de os vidros serem quebrados por objetos atirados da rua. Para isso, os vitrais ganharão uma proteção
frontal de vidro do lado de fora,
que também deve ajudar a diminuir o impacto climático.
Caixilhos de madeira e metal
de portas e janelas também serão restaurados.
Outro material atacado é o
arenito externo. "É a principal
patologia do teatro", afirma Rafaela, explicando que a chuva é
a maior vilã, seguida pela poluição. A fachada será limpa e seus
vários pontos quebrados, consertados -em alguns casos, será preciso fazer próteses.
Uma das liras do telhado, que
têm a sustentação comprometida, está embalada há cerca de
três anos, aguardando intervenção. Estátuas de bronze externas também serão limpas.
Testes laboratoriais para definir como será a limpeza -por
água, jateamento, microesferas
de vidro e detergentes- já foram concluídos em 2007. Basta, agora, começar as obras.
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