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Foco
Academia de Polícia põe letreiro de 20 m2 na entrada da USP e causa polêmica
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na entrada do campus da
USP, um letreiro de ao menos
20 m2 tem causado discórdia
e incomodado professores da
FAU, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Cinco vezes acima dos limites impostos pela Lei Cidade Limpa, a fachada da Academia de Polícia exibe, em letras graúdas que vão de uma
ponta à outra do prédio, o nome da instituição.
Para Regina Meyer, coordenadora Laboratório de Urbanismo da Metrópole e professora da FAU, a fachada é
"excessiva" e "compete com a
entrada da universidade".
"Parece que se chegou à
Academia de Polícia e não à
USP. Ali é muito mais a entrada da universidade do que
da academia", diz Meyer Issao Minami, arquiteto e
professor de comunicação visual urbana da FAU, crê que
"a paisagem da USP por si só
já é o referencial".
"Aquilo é o oposto da Cidade Limpa. Há outras maneiras de mostrar a pujança da
polícia. É importante melhorar o excesso de poluição na
cidade", afirma Minami.
Mentora da lei, Regina
Monteiro, diretora da Emurb
(Empresa Municipal de Urbanização), diz que o campus
é uma zona de exceção.
"É como se fosse o Vaticano. Tem jurisdição e administração próprias. Ali não se pode aplicar a legislação", diz
Monteiro. "Agora, realmente
é um despropósito. Eles poderiam retirar", completa.
Na capital, a multa seria de
ao menos R$ 26 mil (R$ 10
mil pela irregularidade e mais
R$ 1.000 pelo metro quadrado excedente). A lei permite
letreiros de até quatro metros quadrados para fachadas
de até cem metros de frente.
Num ponto de ônibus em
frente à Academia de Polícia,
alunos à espera de condução
vêem exagero no letreiro. "A
universidade deveria servir
de exemplo e não poluir o espaço público", diz Pedro
Araújo, aluno da graduação.
Delegado e diretor da Academia de Polícia, Tabajara
Novazzi Pinto informou, por
meio da Secretaria da Segurança Pública, que "antes de a
placa ser colocada lá, em setembro de 2007, foram consultadas as prefeituras da
USP e de São Paulo, que permitiram o letreiro".
Segundo a USP, "a prefeitura do campus foi consultada e informou à Academia de
Polícia que não tem gestão
sobre essa questão e sugeriu
que a consulta fosse feita à
Prefeitura de São Paulo".
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