São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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Foco

Academia de Polícia põe letreiro de 20 m2 na entrada da USP e causa polêmica

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na entrada do campus da USP, um letreiro de ao menos 20 m2 tem causado discórdia e incomodado professores da FAU, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Cinco vezes acima dos limites impostos pela Lei Cidade Limpa, a fachada da Academia de Polícia exibe, em letras graúdas que vão de uma ponta à outra do prédio, o nome da instituição.
Para Regina Meyer, coordenadora Laboratório de Urbanismo da Metrópole e professora da FAU, a fachada é "excessiva" e "compete com a entrada da universidade".
"Parece que se chegou à Academia de Polícia e não à USP. Ali é muito mais a entrada da universidade do que da academia", diz Meyer Issao Minami, arquiteto e professor de comunicação visual urbana da FAU, crê que "a paisagem da USP por si só já é o referencial".
"Aquilo é o oposto da Cidade Limpa. Há outras maneiras de mostrar a pujança da polícia. É importante melhorar o excesso de poluição na cidade", afirma Minami.
Mentora da lei, Regina Monteiro, diretora da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), diz que o campus é uma zona de exceção.
"É como se fosse o Vaticano. Tem jurisdição e administração próprias. Ali não se pode aplicar a legislação", diz Monteiro. "Agora, realmente é um despropósito. Eles poderiam retirar", completa.
Na capital, a multa seria de ao menos R$ 26 mil (R$ 10 mil pela irregularidade e mais R$ 1.000 pelo metro quadrado excedente). A lei permite letreiros de até quatro metros quadrados para fachadas de até cem metros de frente.
Num ponto de ônibus em frente à Academia de Polícia, alunos à espera de condução vêem exagero no letreiro. "A universidade deveria servir de exemplo e não poluir o espaço público", diz Pedro Araújo, aluno da graduação.
Delegado e diretor da Academia de Polícia, Tabajara Novazzi Pinto informou, por meio da Secretaria da Segurança Pública, que "antes de a placa ser colocada lá, em setembro de 2007, foram consultadas as prefeituras da USP e de São Paulo, que permitiram o letreiro".
Segundo a USP, "a prefeitura do campus foi consultada e informou à Academia de Polícia que não tem gestão sobre essa questão e sugeriu que a consulta fosse feita à Prefeitura de São Paulo".


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