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Índice de aprovação alto põe SP entre os 4 melhores do país
De 2005 para 2007, Estado registrou aumento das notas dos alunos em português e matemática no exame do MEC
Para a secretária estadual da Educação, boas notas não são determinadas pelo alta taxa de aprovação, mas pela melhora na nota das provas
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas notas do Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação
Básica) divulgadas ontem pelo
Ministério da Educação, o Estado de São Paulo aparece sempre entre as quatro melhores
unidades da federação.
O que mais explica a boa posição paulista no ranking nacional são os elevados índices
de aprovação dos alunos.
Isso não significa que, de
2005 para 2007, a nota média
dos estudantes nas avaliações
oficiais do Ministério da Educação tenha piorado nas escolas estaduais e municipais de
São Paulo. Tanto nas provas de
português quanto nas de matemática, as notas dos alunos
paulistas melhoraram.
Isso mostra que a trajetória
de queda na nota dos alunos de
São Paulo -verificada em anos
anteriores especialmente na
oitava série do ensino fundamental e no terceiro ano do ensino médio- foi interrompida.
Avaliações locais
Assim que o resultado do
Ideb foi divulgado, a Secretaria
de Estado da Educação divulgou uma nota chamando a
atenção para a boa colocação. O
título: "São Paulo tem a melhor
educação de quinta e de oitava
série do Brasil".
No entanto, avaliações criadas pelo governo estadual e pela Prefeitura de São Paulo para
monitorar a qualidade das escolas públicas chamaram a
atenção por dados que revelam
as deficiências do ensino.
No caso do Saresp, a avaliação estadual, apenas 7 das 5.183
escolas obtiveram nota de país
desenvolvido. Mais de 60% dos
alunos do terceiro ano do ensino médio erraram uma questão
simples de soma de frações.
Na Prova São Paulo, a avaliação municipal, descobriu-se
que perto de 15% dos alunos da
segunda série conseguem ler
textos simples, mas não compreendê-los.
Para Volmer Áureo Pianca,
um dos diretores da Udemo
(entidade que reúne diretores
de escolas estaduais de São
Paulo), as avaliações locais são
mais fidedignas que as nacionais porque consideram as realidades específicas da região.
"As avaliações externas incorrem no erro da generalização."
A secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, afirma que a
avaliação nacional e a estadual
"não apontam nada diferente":
"As duas mostram melhoras razoáveis".
Procurado pela Folha, o secretário municipal da Educação de São Paulo, Alexandre
Schneider, disse que não comentaria as notas pelo fato de o
Ideb ainda não ter os dados específicos da rede municipal.
Aprovação automática
O alto índice de aprovação de
alunos, que puxa a nota de São
Paulo para cima, é em boa parte
explicado pela política de aprovação automática (ou progressão continuada).
Na rede estadual e na rede
municipal da capital, a aprovação automática vale até a oitava
série. Só há reprovação em casos excepcionais.
A influência da aprovação no
resultado do Ideb fica evidente
quando os Estados são colocados separadamente pela sua taxa de aprovação e pelas notas
dos alunos.
Na oitava série, São Paulo
apresenta a oitava maior média
nas provas de português e matemática. Mas se é considerada
apenas a taxa de aprovação dessa mesma série (89,2%), o Estado pula para a primeira posição. Juntando os dois critérios,
a oitava série de São Paulo fica
em primeiro lugar no Ideb.
No ensino médio, em que não
há aprovação automática, São
Paulo fica em quarto lugar na
taxa de aprovação e em sétimo
na nota dos alunos. No final,
acaba na quarta posição.
A secretária estadual da Educação, porém, afirma que as
boas notas de São Paulo não são
determinadas pelo alto índice
de aprovação nas escolas da rede. "São Paulo melhorou foi na
nota das provas", afirma ela.
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