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Secretária de SP comemora, mas admite que não há "mar de rosas"
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária estadual da Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, comemorou os resultados obtidos pelo Estado no Ideb (Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica). Ela, no entanto, admitiu que a educação pública
de São Paulo ainda "não é um
mar de rosas". O Ideb analisa as
redes estadual e municipais.
"A melhora foi em São Paulo
e no Brasil inteiro. Isso tem de
ser comemorado", disse ela,
que já foi secretária-executiva
do Ministério da Educação.
No caminho contrário, a
Udemo (entidade que reúne diretores de escolas estaduais de
São Paulo) diz que não há motivos suficientes para comemoração. "Ainda estamos no fundo do poço. É muito cedo para
acharmos que houve uma melhora significativa", diz Volmer
Áureo Pianca, um dos diretores
da entidade.
Ele critica o baixo salário dos
professores e dos diretores, a
falta de infra-estrutura das escolas e a burocracia da rede. "As
escolas não estão bem", diz.
Questionada sobre essas críticas, a secretária estadual respondeu: "Nenhum lugar é um
mar de rosas", afirmou a secretária estadual.
A Secretaria Municipal da
Educação foi procurada pela
Folha, mas não quis se manifestar pelo fato de o Ideb ainda
não ter dados específicos da rede pública paulistana.
Aprovação
Pianca também critica a
aprovação automática (ou progressão continuada), que é adotada na rede estadual e na municipal paulistana até a oitava
série. "Você tem aluno no ensino médio que não sabe fração e
que não entende a palavra multiplicação", diz ele.
A professora Maria Márcia
Malavasi, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas),
lembra que a implantação da
progressão continuada trouxe
críticas de professores, de pais
e de parte dos alunos. "Temos
crianças que dizem que passaram de ano sem aprender nada", afirma.
Ela, porém, afirma que a
aprovação é importante para
evitar a evasão escolar. "A progressão continuada não é ruim.
Ruim é a forma como ela foi implantada. Ela foi imposta."
A aprovação dos estudantes é
um dos fatores considerados
pelo Ministério da Educação na
composição da nota do Ideb.
Na quarta e na oitava série do
ensino fundamental, São Paulo
aparece em primeiro lugar no
critério taxa de aprovação.
Colaborou VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO, da Reportagem Local
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