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AIDS
Dados preliminares de estudos foram apresentados no Congresso Mundial, em Durban; Porto Alegre vai sediar experimentos
Redução do consumo de remédios é testada
GABRIELA SCHEINBERG
ENVIADA ESPECIAL A DURBAN
Dados preliminares de dois estudos dos EUA indicam que portadores do HIV poderão, em breve, reduzir pela metade o número
de pílulas diárias que consomem.
A novidade é dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla
em inglês), que estão estudando
novos esquemas terapêuticos do
coquetel anti-Aids. Experiências
serão realizadas em Porto Alegre
ainda neste ano.
"Isso representará não só uma
melhora na qualidade de vida dos
pacientes, que não precisarão tomar o coquetel todos os dias, como uma redução de 50% nos custos do tratamento", disse Anthony Fauci, diretor do setor de
doenças infecciosas do NIH.
Fauci está estudando dois esquemas. O primeiro consiste em
tomar o coquetel durante dois
meses e interromper durante um
mês. O segundo prevê a administração das drogas durante uma
semana e interrupção durante a
semana seguinte.
Toda vez que um paciente pára
de tomar o coquetel, os níveis do
HIV no sangue sobem. No entanto, Fauci observou que, dos pacientes investigados, todos que tiveram um aumento ao interromper as drogas voltaram a ter níveis
indetectáveis do vírus quando retomaram o coquetel.
O próximo passo do estudo, divulgado ontem no 13º Congresso
Mundial de Aids, em Durban, na
África do Sul, será avaliar se o esquema terapêutico funciona para
pacientes infectados por todas as
cepas do HIV. Para isso, ele contará com a colaboração de Mauro
Schechter, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O estudo será realizado em Porto Alegre, região onde circula um
número maior de cepas B e C do
HIV. "O estudo incluirá 46 pacientes e deve começar nos próximos meses", informou Schechter,
o único brasileiro até hoje a participar da principal palestra de um
congresso mundial de Aids.
Perigo
O vilão dessa nova terapia é a resistência do vírus aos medicamentos. "Até o momento, o HIV
não ficou resistente nos pacientes
observados. Mas estamos mantendo os pacientes em observação", afirmou Fauci.
Todos os pacientes que hoje
consomem o coquetel e têm níveis indetectáveis do HIV poderão ser candidatos a esse novo regime terapêutico.
Fauci alertou, no entanto, que
os dados são preliminares e que é
preciso esperar o estudo acabar
para começar a receitar esse esquema terapêutico. Ele avalia um
prazo de mais um ano e meio.
A repórter Gabriela Scheinberg viajou a
Durban a convite do laboratório Merck
Sharp Dohme
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