São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2000


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Vacina para africanos será avaliada

DA ENVIADA ESPECIAL

A primeira vacina anti-Aids desenvolvida principalmente para a população africana começa a ser testada em humanos nos próximos meses. O imunizante é resultado de uma colaboração entre a Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a Universidade de Nairobi, no Quênia.
Os primeiros estudos, que serão feitos simultaneamente em Oxford e em Nairobi, devem avaliar a segurança da vacina e se ela é capaz de produzir uma resposta do sistema de defesa contra o HIV.
Outras vacinas já são testadas no Reino Unido e nos EUA.
"Estudos em animais mostraram que essa vacina pode funcionar em humanos", disse Andrew McMichael, do Instituto de Medicina Molecular de Oxford.
A vacina foi criada a partir de informações obtidas de oito prostitutas que trabalham em Nairobi. Mesmo tendo mantido relações com homens portadores do HIV, elas não se contaminaram.
"Analisamos o sistema de defesa delas e tentamos criar artificialmente a mesma resposta", explicou McMichael. O cientista disse que essas mulheres tinham presença maior de células T citotóxicas -um tipo de célula de defesa.
O imunizante foi feito a partir do material genético do HIV. "Sequenciamos duas proteínas de sua superfície", informou McMichael. Os animais testados reconheceram o vírus e começaram a produzir linfócitos T citotóxicos.
Essa vacina foi produzida para funcionar contra a cepa A do HIV, a mais frequente em Nairobi. "Nosso interesse é tornar a vacina acessível, principalmente para países em desenvolvimento", afirmou Wayne Koff, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Internacional para uma Vacina Anti-Aids (IAVI, na sigla em inglês).
A IAVI é responsável pela parceria entre Oxford e Nairobi. A entidade recebe fundos dos governos do Reino Unido, da Holanda e do Canadá, do Banco Mundial e de entidades como a Fundação Bill e Melinda Gates.



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