São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 2002

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Manifestantes pedem acesso a remédios genéricos

DO ENVIADO ESPECIAL

"Genérico já, genérico já" foi o slogan gritado ontem numa manifestação que reuniu cerca de 200 pessoas pelos corredores da conferência de Aids de Barcelona. Eram manifestantes latino-americanos que exigiam de seus governos o acesso aos medicamentos, citando o exemplo do Brasil que passou a fabricar os genéricos para a Aids.
A manifestação passou pelo estande do Brasil e concentrou-se ao lado, no estande do programa da ONU para a Aids, a Unaids.
José Araújo, do GIV de São Paulo, enrolado numa bandeira verde-amarela, disse que é "preciso exigir que o governo brasileiro assuma a liderança desse processo na América Latina". "O Brasil não pode fechar os olhos para a região." A passeata, com muitas faixas e apitos, terminou com ataques simbólicos aos laboratórios.
Alguns militantes latino-americanos chegaram a propor uma invasão do estande do Brasil como forma de exigir do país uma atuação mais efetiva na questão dos direitos aos medicamentos. Foram demovidos por representantes de ONGs brasileiras.
No seu discurso da manhã, Paulo Teixeira, coordenador do Programa Nacional de Aids, já havia pedido compreensão, lembrando que o Brasil estava fazendo o que era possível. "Não só os militantes, mas muitos países estão se sentindo órfãos, por isso estão nos procurando", afirmou.
Na cerimônia de encerramento que acontece hoje, a brasileira Valéria Oliveira Cruz, 33, estará entre os sete ganhadores do prêmio de "jovem cientista" da conferência. Doutoranda da London School of Hygiene, ela demonstrou, estudando o programa brasileiro de Aids, que o combate à epidemia depende mais de governos compromissados e de ONGs que de infra-estrutura instalada.



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