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Manifestantes pedem acesso a remédios genéricos
DO ENVIADO ESPECIAL
"Genérico já, genérico já" foi o
slogan gritado ontem numa manifestação que reuniu cerca de 200
pessoas pelos corredores da conferência de Aids de Barcelona.
Eram manifestantes latino-americanos que exigiam de seus governos o acesso aos medicamentos, citando o exemplo do Brasil
que passou a fabricar os genéricos
para a Aids.
A manifestação passou pelo estande do Brasil e concentrou-se
ao lado, no estande do programa
da ONU para a Aids, a Unaids.
José Araújo, do GIV de São Paulo, enrolado numa bandeira verde-amarela, disse que é "preciso
exigir que o governo brasileiro assuma a liderança desse processo
na América Latina". "O Brasil não
pode fechar os olhos para a região." A passeata, com muitas faixas e apitos, terminou com ataques simbólicos aos laboratórios.
Alguns militantes latino-americanos chegaram a propor uma invasão do estande do Brasil como
forma de exigir do país uma atuação mais efetiva na questão dos
direitos aos medicamentos. Foram demovidos por representantes de ONGs brasileiras.
No seu discurso da manhã, Paulo Teixeira, coordenador do Programa Nacional de Aids, já havia
pedido compreensão, lembrando
que o Brasil estava fazendo o que
era possível. "Não só os militantes, mas muitos países estão se
sentindo órfãos, por isso estão
nos procurando", afirmou.
Na cerimônia de encerramento
que acontece hoje, a brasileira Valéria Oliveira Cruz, 33, estará entre os sete ganhadores do prêmio
de "jovem cientista" da conferência. Doutoranda da London
School of Hygiene, ela demonstrou, estudando o programa brasileiro de Aids, que o combate à
epidemia depende mais de governos compromissados e de ONGs
que de infra-estrutura instalada.
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