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DIPLOMACIA
Pedido não poderá ser feito por agência de viagem, e solicitante terá de fazer a entrevista em um consulado ou na embaixada
Visto para os EUA ficará mais difícil na 3ª
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de terça-feira, quem
quiser pedir um visto de entrada
para os Estados Unidos terá que ir
pessoalmente ao consulado e passar por uma entrevista pré-agendada. O encaminhamento do pedido para a concessão do visto
não poderá mais ser feito por despachantes ou agências de viagem.
A mudança da norma -que
tem aplicação mundial- faz parte das medidas de segurança adotadas pelo país depois dos atentados do 11 de Setembro.
As exceções serão os solicitantes
que tenham mais de 60 anos, autoridades governamentais, funcionários de organizações internacionais em viagem oficial e renovações de vistos expirados há
menos de um ano -desde que
seja o mesmo tipo de visto. Menores de 16 anos poderão ser representados por um dos pais.
A nova regra deve aumentar o
tempo de espera na fila para a obtenção do visto. O consulado norte-americano em São Paulo, por
exemplo, recebe na alta temporada (julho, dezembro e janeiro) de
350 a 400 pedidos por dia.
E, mesmo com o sistema de entrevistas pré-agendadas por telefone ou pela internet, as pessoas
costumam esperar cerca de duas
horas para serem atendidas.
"Estou tomando chuva há mais
de uma hora e ainda tem outras
pessoas na minha frente", desabafou a estudante Sílvia Kanamaru.
"Quero ir para a Califórnia, de Los
Angeles a São Francisco."
Outra desvantagem para quem
quer visitar os EUA será o deslocamento até os consulados. Há representações americanas em São
Paulo, Rio de Janeiro e Recife,
além da embaixada em Brasília.
Quem não mora em nenhuma
dessas quatro localidades deverá
viajar até a mais próxima. Um solicitante de Manaus, por exemplo,
irá gastar cerca de R$ 1.100 só com
a passagem aérea de ida e volta até
Brasília.
"A restrição está na contramão
da história. Atualmente, diversos
países têm estimulado o turismo,
como a França e o México, que
suspenderam a obrigatoriedade
do visto", afirmou Salvador Lembo, conselheiro da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens). Lembo acredita que a restrição desestimulará o turismo
para os Estados Unidos.
Escritórios de despachantes
também esperam ter prejuízo
com a restrição. "É uma pena. Vai
aumentar o custo da viagem para
algumas pessoas e prejudicar despachantes que dependem do trabalho de encaminhamentos de
visto", afirmou Walter Bernardini, que, em seu escritório, presta
serviços e consultoria para empresas nacionais e estrangeiras.
Bernardini conta que encaminha de 80 a 100 pedidos de visto
todo mês. "Trabalho com empresas que precisam enviar constantemente executivos para fora do
país", afirmou.
No entanto, a obtenção do visto
não é garantia de entrada no país.
O turista pode ser barrado pelo
Serviço de Imigração ao desembarcar em um aeroporto norte-americano. Os agentes podem impedir a entrada do estrangeiro
se acharem que há problemas na
documentação apresentada, como passaporte falso, ou quando
as informações prestadas (como
tempo de permanência e local de
estadia) divergirem das fornecidas no pedido de concessão do
visto.
(SIMONE IWASSO)
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