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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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DIPLOMACIA

Pedido não poderá ser feito por agência de viagem, e solicitante terá de fazer a entrevista em um consulado ou na embaixada

Visto para os EUA ficará mais difícil na 3ª

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de terça-feira, quem quiser pedir um visto de entrada para os Estados Unidos terá que ir pessoalmente ao consulado e passar por uma entrevista pré-agendada. O encaminhamento do pedido para a concessão do visto não poderá mais ser feito por despachantes ou agências de viagem.
A mudança da norma -que tem aplicação mundial- faz parte das medidas de segurança adotadas pelo país depois dos atentados do 11 de Setembro.
As exceções serão os solicitantes que tenham mais de 60 anos, autoridades governamentais, funcionários de organizações internacionais em viagem oficial e renovações de vistos expirados há menos de um ano -desde que seja o mesmo tipo de visto. Menores de 16 anos poderão ser representados por um dos pais.
A nova regra deve aumentar o tempo de espera na fila para a obtenção do visto. O consulado norte-americano em São Paulo, por exemplo, recebe na alta temporada (julho, dezembro e janeiro) de 350 a 400 pedidos por dia.
E, mesmo com o sistema de entrevistas pré-agendadas por telefone ou pela internet, as pessoas costumam esperar cerca de duas horas para serem atendidas.
"Estou tomando chuva há mais de uma hora e ainda tem outras pessoas na minha frente", desabafou a estudante Sílvia Kanamaru. "Quero ir para a Califórnia, de Los Angeles a São Francisco."
Outra desvantagem para quem quer visitar os EUA será o deslocamento até os consulados. Há representações americanas em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, além da embaixada em Brasília.
Quem não mora em nenhuma dessas quatro localidades deverá viajar até a mais próxima. Um solicitante de Manaus, por exemplo, irá gastar cerca de R$ 1.100 só com a passagem aérea de ida e volta até Brasília.
"A restrição está na contramão da história. Atualmente, diversos países têm estimulado o turismo, como a França e o México, que suspenderam a obrigatoriedade do visto", afirmou Salvador Lembo, conselheiro da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens). Lembo acredita que a restrição desestimulará o turismo para os Estados Unidos.
Escritórios de despachantes também esperam ter prejuízo com a restrição. "É uma pena. Vai aumentar o custo da viagem para algumas pessoas e prejudicar despachantes que dependem do trabalho de encaminhamentos de visto", afirmou Walter Bernardini, que, em seu escritório, presta serviços e consultoria para empresas nacionais e estrangeiras.
Bernardini conta que encaminha de 80 a 100 pedidos de visto todo mês. "Trabalho com empresas que precisam enviar constantemente executivos para fora do país", afirmou.
No entanto, a obtenção do visto não é garantia de entrada no país. O turista pode ser barrado pelo Serviço de Imigração ao desembarcar em um aeroporto norte-americano. Os agentes podem impedir a entrada do estrangeiro se acharem que há problemas na documentação apresentada, como passaporte falso, ou quando as informações prestadas (como tempo de permanência e local de estadia) divergirem das fornecidas no pedido de concessão do visto. (SIMONE IWASSO)


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