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Tiroteio entre PMs e suspeitos fere garoto
Estudante de 12 anos foi atingido no rosto e passou por cirurgia; seu estado é estável, mas bala alojou-se no maxilar
Moradores da favela da
Vila Prudente acusam os policiais de terem feito o disparo; PM nega e diz que tiro partiu de criminosos
DA REPORTAGEM LOCAL
O estudante Marcelo Francisco Silva de Melo, 12, foi baleado no rosto ontem durante
tiroteio entre traficantes e policiais militares na favela da Vila
Prudente, na zona leste de São
Paulo. Ele foi levado ao Hospital Estadual de Vila Alpina, passou por cirurgia e seu estado
era considerado estável. A bala
ficou alojada em seu maxilar.
Moradores afirmam que o tiro que o atingiu foi dado pelos
PMs. A polícia nega e diz que o
disparo partiu dos criminosos.
Marcelo ia jogar futebol com
amigos quando houve a troca
de tiros, por volta das 16h, disse
Patrícia de Lisboa Souza, 18,
amiga da família dele e moradora da favela.
De acordo com a polícia, PMs
que patrulhavam a avenida
Luís Ignácio de Anhaia Melo
em motocicletas desconfiaram
de dois homens nas proximidades de um local onde haveria
venda de drogas. Os dois atiraram ao perceber a aproximação
das motos, segundo os policiais.
O soldado Márcio Siquette
foi atingido na barriga e caiu de
sua motocicleta. Ele usava um
colete à prova de balas e teve
apenas ferimentos leves.
A polícia respondeu aos disparos, mas os suspeitos conseguiram escapar. "Quando acabou o tiroteio, vimos que tinha
um adolescente ferido no maxilar em uma viela. Eu o apoiei no
braço e o levei até a avenida. Parei o primeiro carro que passou
e fomos para o hospital", disse o
soldado Valmir Ramos da Silva.
"Alguém deu só um tiro na
direção de um policial que entrou de moto na favela. Ele caiu
no chão e chamou outros. Começaram a atirar para todos os
lados", disse Patrícia.
A mãe do garoto, Adriana
Francisca de Paula Silva, 28, reclamou da ação da PM. "Está
errado chegar aqui atirando.
Não é todo mundo que é bandido na favela", afirmou.
Para os moradores, o tiro que
atingiu Marcelo partiu da arma
de um PM porque, segundo
eles, os criminosos atiraram
apenas uma vez.
O tenente Mauricio Noé Cavalari negou ter havido excessos na ação da PM. "Um soldado levou um tiro no abdome,
protegido pelo colete, e efetuou
só um disparo", afirmou.
Os policiais disseram que foram recebidos por dois atiradores, que fizeram diversos disparos. Conforme os PMs, apenas
o soldado Siquette atirou e apenas uma vez. No boletim de
ocorrência registrado no 56º
DP (Vila Alpina) consta a suspeita da polícia de que o tiro
partiu de um dos criminosos.
A polícia fará perícia na arma
do policial militar para saber se
partiu dela o tiro que atingiu o
garoto.
Logo após o tiroteio, PMs da
Força Tática do 21º Batalhão
prenderam na mesma região
Marcos de Souza Santos, 26,
com aproximadamente sete
quilos de crack e maconha. Ele
já tinha passagem pela polícia
por roubo. Santos não foi reconhecido como um dos atiradores, mas será investigado.
A irmã dele, a recepcionista
Andréia Cavalcanti, 25, afirmou que Santos só estava passando pelo local com sua sobrinha e foi preso injustamente.
Colaborou o "Agora"
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