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TRAGÉDIA NO NORDESTE
Os contemplados são Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba; Defesa Civil foi incluída
Governo libera R$ 130 mi para 4 Estados
DANIELA NAHASS
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O governo vai liberar R$ 130 milhões para quatro Estados do
Nordeste atingidos pelas chuvas,
R$ 176,5 milhões a menos do que
a ajuda solicitada anteontem apenas pelos governadores de dois
Estados: Jarbas Vasconcelos
(PMDB), de Pernambuco, e Ronaldo Lessa (PSB), de Alagoas.
Eles se reuniram na quarta-feira
com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Vasconcelos pediu R$ 129,6 milhões e Lessa, R$
177 milhões.
Do total de R$ 130 milhões que
serão liberados, R$ 40 milhões
irão para Pernambuco, R$ 35 milhões para Alagoas, R$ 12 milhões
para o Rio Grande do Norte e R$ 3
milhões para a Paraíba.
A Sudene e a Defesa Civil vão receber R$ 7 milhões, o DNER (Departamento Nacional de Estradas
de Rodagem) receberá R$ 18 milhões para a reconstrução das estradas e a CBTU (Companhia
Brasileira de Trens Urbanos),
uma verba de R$ 5 milhões para a
recuperação da linhas urbanas.
Outros R$ 10 milhões são para o
programa batizado de "bolsa-emergência". O governo vai pagar
um salário mínimo durante três
meses para as famílias de Alagoas
e Pernambuco prejudicadas pelas
enchentes.
Em Pernambuco, foram 22
mortes e 54 mil desabrigados. Em
Alagoas, ocorreram 22 mortes e
102 mil pessoas foram afetadas de
alguma forma pelas chuvas.
Os recursos adicionais para o
pagamento da "bolsa-emergência" foram solicitados pelo vice-presidente Marco Maciel (PFL) a
FHC na manhã de ontem. O valor
inicial da medida provisória estava estipulado em R$ 120 milhões.
O pagamento da "bolsa-emergência" é polêmico. O senador
Renan Calheiros (PMDB-AL) disse anteontem após reunião com o
presidente que "o pagamento da
bolsa-enchente por menos de sete
meses é um engano".
Já Ronaldo Lessa disse que o pagamento dessa bolsa por apenas
três meses "poderia parecer um
medida eleitoreira". Marco Maciel afirmou que o período de três
meses foi definido em função dos
recursos limitados. "Três meses
serão suficientes para atender os
casos mais agudos", disse.
As medidas de ajuda aos Estados atingidos pelas chuvas foram
anunciadas ontem por Marco
Maciel, que é pernambucano. O
vice-presidente desvinculou as
medidas das eleições municipais,
em outubro. "Não há nenhuma
vinculação direta com o problema eleitoral. Todos estamos preocupados com isso, e os recursos
serão fiscalizados", afirmou.
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