São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2005

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OUTRO LADO

Defesa nega crime e dinheiro dos carros é devolvido

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Os advogados de José Charles Machado de Moraes, dono da JE Transporte, negam que ele possa ter sido ao menos intermediário na compra dos veículos e que tenha envolvimento com o furto ao Banco Central.
"Ele ficou surpreso ao saber que havia dinheiro nos carros", disse a advogada Erbênia Rodrigues. "Ele nos disse que só foi contratado para transportar os veículos e que não teve nenhum contato anterior com os proprietários." Afirmou que irá entrar com um pedido de habeas corpus, por considerar que a prisão foi ilegal, por não haver flagrante.
A defesa alega ainda que o empresário não estava na cabine do caminhão com o motorista, mas num carro atrás, como costumava fazer sempre para acompanhar a entrega de carros.
O advogado dos donos da revenda de veículos Brilhe Car, Paulo César Feitosa, disse que foram seus clientes que ajudaram a PF a localizar Moraes. Eles devolveram ontem R$ 819, 3 mil dos R$ 980 mil pagos pelos carros.
Feitosa, porém, se contradisse quando explicava como os policiais federais chegaram à revenda.
Primeiro, o advogado afirmou em entrevista que, ao saber do crime, na segunda-feira, os donos da Brilhe Car, José Elizomartes Fernandes e Demerval Fernandes, chegaram a desconfiar da compra de dez veículos feita por Moraes dois dias antes, à vista e com notas de R$ 50 -do mesmo valor das furtadas do BC-, e teriam avisado a PF.
Duas horas depois, em outra entrevista, disse que a PF é que procurou os donos da revenda para questioná-los sobre a venda dos carros, o que acabou confirmado.
Durante a tarde, Feitosa disse que os sócios não têm ligação com Moraes, exceto comercial. Falou que a revenda é uma empresa sólida, com mais de 20 anos. Disse também que o grupo do qual José Elizomartes Fernandes e Demerval Fernandes são sócios possui também uma rede de motéis. E que o faturamento mensal do grupo é de R$ 1,3 milhão.
Segundo o advogado, a revenda negocia em média 70 automóveis por mês.
Depois da prisão dos sócios, por volta das 20h, Feitosa não foi mais localizado pela reportagem. A Folha também não conseguiu conversar com o advogado do motorista Rogério Maciel. Parentes disseram que ele é inocente.


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