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OUTRO LADO
Defesa nega crime e dinheiro dos carros é devolvido
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Os advogados de José
Charles Machado de Moraes, dono da JE Transporte,
negam que ele possa ter sido
ao menos intermediário na
compra dos veículos e que
tenha envolvimento com o
furto ao Banco Central.
"Ele ficou surpreso ao saber que havia dinheiro nos
carros", disse a advogada Erbênia Rodrigues. "Ele nos
disse que só foi contratado
para transportar os veículos
e que não teve nenhum contato anterior com os proprietários." Afirmou que irá
entrar com um pedido de
habeas corpus, por considerar que a prisão foi ilegal, por
não haver flagrante.
A defesa alega ainda que o
empresário não estava na cabine do caminhão com o
motorista, mas num carro
atrás, como costumava fazer
sempre para acompanhar a
entrega de carros.
O advogado dos donos da
revenda de veículos Brilhe
Car, Paulo César Feitosa,
disse que foram seus clientes
que ajudaram a PF a localizar Moraes. Eles devolveram
ontem R$ 819, 3 mil dos R$
980 mil pagos pelos carros.
Feitosa, porém, se contradisse quando explicava como os policiais federais chegaram à revenda.
Primeiro, o advogado afirmou em entrevista que, ao
saber do crime, na segunda-feira, os donos da Brilhe Car,
José Elizomartes Fernandes
e Demerval Fernandes, chegaram a desconfiar da compra de dez veículos feita por
Moraes dois dias antes, à vista e com notas de R$ 50 -do
mesmo valor das furtadas do
BC-, e teriam avisado a PF.
Duas horas depois, em outra entrevista, disse que a PF
é que procurou os donos da
revenda para questioná-los
sobre a venda dos carros, o
que acabou confirmado.
Durante a tarde, Feitosa
disse que os sócios não têm
ligação com Moraes, exceto
comercial. Falou que a revenda é uma empresa sólida,
com mais de 20 anos. Disse
também que o grupo do qual
José Elizomartes Fernandes
e Demerval Fernandes são
sócios possui também uma
rede de motéis. E que o faturamento mensal do grupo é
de R$ 1,3 milhão.
Segundo o advogado, a revenda negocia em média 70
automóveis por mês.
Depois da prisão dos sócios, por volta das 20h, Feitosa não foi mais localizado
pela reportagem. A Folha
também não conseguiu conversar com o advogado do
motorista Rogério Maciel.
Parentes disseram que ele é
inocente.
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