FAUSTO SALVADORI FILHO
DO "AGORA"

Disfarçados de mendigos, policiais militares prenderam anteontem um camelô de 26 anos, suspeito de ter estuprado e roubado pelo menos oito mulheres, em um ano, na zona sul da capital. À polícia, o acusado, ex-cabo do Exército, admitiu os roubos, mas negou ter praticado os estupros.
Segundo a polícia, o camelô, sempre desarmado, abordava suas vítimas na Vila Mariana e Vila Clementino, região próxima à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Fingindo ter uma arma no bolso, ele dizia que pretendia apenas roubá-las e levava as vítimas para a região do Complexo Viário João Jorge Saad, o Cebolinha, no Ibirapuera. Ali, segundo a polícia, ele as estuprava.
O primeiro dos oito estupros ocorreu no dia 24 de agosto, quatro dias após o suspeito ter saído do Centro de Progressão Penitenciária de Franco da Rocha (Grande SP), em liberdade provisória. Casado e pai de uma menina de oito anos, o camelô cumpria pena por um roubo e dois estupros.
As vítimas eram sempre moças de 17 a 25 anos, brancas ou orientais, magras e de cabelo liso. Durante o trajeto, segundo a polícia, o homem exigia que a vítima andasse de mãos dadas com ele pela rua, para que as outras pessoas pensassem que fossem namorados. No Cebolinha, o acusado posicionava a vítima atrás de uma coluna e exigia que entregasse relógio, dinheiro e celular. A pretexto de revistar a vítima para descobrir se levava mais algum objeto de valor, apalpava-a e depois arrancava a sua roupa.
O alto número de estupros registrados na região chamou a atenção da polícia, que passou a monitorar as imediações do Cebolinha. Às 21h30 de anteontem, policiais do serviço reservado da PM, que patrulhavam o local disfarçados de mendigos, surpreenderam o acusado roubando uma jovem de 24 anos. Preso em flagrante por tentativa de roubo, foi levado ao 36º DP (Paraíso), onde foi reconhecido por oito vítimas.
Desde agosto do ano passado, a polícia registrou 19 estupros na região. A polícia acredita que o suspeito tenha praticado a maior parte deles. Os demais teriam sido praticados por um acusado preso em julho.


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