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REMÉDIOS
Análise e eventuais processos se concentram em 102 laboratórios, responsáveis por produtos mais vendidos
Fazenda ainda apura reajuste abusivo
free-lance para a Folha
O governo federal ainda analisa
reajustes de medicamentos que
fazem parte da lista dos 473 mais
vendidos no país e poderá abrir
novos processos para apurar aumentos abusivos praticados nos
últimos meses.
O secretário Cláudio Considera
(pronuncia-se "consídera"), da
Secretaria de Acompanhamento
Econômico, do Ministério da Fazenda, disse ontem que já encaminhou 22 representações contra
13 laboratórios à SDE (Secretaria
de Direito Econômico).
Se a SDE concluir que houve
abuso, o processo será encaminhado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica),
que determinará as punições, se
necessárias - aplicação de multas e suspensão de reajuste.
A SDE já iniciou averiguação
preliminar contra sete laboratórios. Se for confirmada a suspeita,
em 20 dias eles poderão se tornar
alvos de processo administrativo
da SDE.
O processo administrativo prevê multa de até 30% do faturamento bruto da empresa, caso seja confirmada a elevação injustificada e abusiva nos preços.
As explicações das 13 empresas
acusadas de abuso nos aumentos
não convenceram os técnicos da
secretaria do Ministério da Fazenda. Outras 12 tiveram as explicações aceitas e não chegaram a ter a
abertura de processo pedida.
O faturamento da indústria farmacêutica foi de R$ 7,7 bilhões no
ano passado, segundo a Fazenda.
A comercialização do grupo de
remédios mais vendidos é responsável por 71,5% do que o setor
fatura, ou seja, R$ 5,5 bilhões.
Cláudio Considera havia dito na
semana passada que os fabricantes dos 473 medicamentos mais
vendidos -um grupo de 102 laboratórios- se comprometeram
a não aumentar mais seus preços
em 99.
Os reajustes de remédios feitos
de março até agosto foram negociados com o Ministério da Fazenda e representam o repasse, ao
consumidor, do aumento de custo provocado pela desvalorização
cambial e da alta das matérias-primas, afirmou Considera.
A promessa de não dar mais aumentos em 99 faz parte desse
mesmo acordo informal feitocom
o ministério.
As negociações da Fazenda com
os laboratórios previam que o repasse do aumento de custo seria
feito parceladamente, mas em nenhum momento foram fixados
índices de reajuste.
Houve casos, porém, de remédios que subiram mais de 30%
nos últimos meses. São esses que
estão na mira das investigaçõesdo
governo, que já acenou com a
possibilidade de contratar auditorias independentes para ajuda a
"entender" os reajustes praticados por determinados laboratórios.
(VALÉRIA DE OLIVEIRA)
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