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Leishmaniose se alastra no interior de SP
EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha
A leishmaniose visceral, doença
que já matou duas pessoas no Estado de São Paulo, está se alastrando rapidamente na região de
Araçatuba, no interior do Estado.
O número de casos suspeitos
em humanos, que até anteontem
era 41 só no município de Araçatuba (532 km a noroeste de SP),
subiu para 101 e já atinge quatro
cidades vizinhas, segundo informações divulgadas ontem pela
Secretaria Estadual de Saúde.
Existem pessoas com sintomas
da doença também em Andradina, Auriflama, Coroados e Guararapes. Da lista de 101 suspeitos,
pelo menos 65 estão potencialmente contaminados.
Nos exames sorológicos feitos
pelo Instituto Adolfo Lutz de São
Paulo, todos apresentaram índice
de contaminação acima do normal. Para considerar os casos positivos, no entanto, a saúde tem
que realizar exames clínicos e epidemiológicos.
O número de cães contaminados, que era de 1.567 em 18 municípios até anteontem, subiu para
2.060 em 21 municípios ontem.
Em Araçatuba, a partir de onde
o problema se disseminou, o índice de positividade, ou seja, de cães
doentes, é de 13,67%. Isso projeta
um quadro de mais de 5.000 cães
doentes, de um universo de cerca
de 40 mil animais na cidade.
"Chegamos a um ponto que,
por fatores que incluem a falta de
cuidado com o lixo doméstico, a
tendência é aumentar o número
de casos tanto em humanos como
em cães", disse o diretor da DIR-6
(Direção Regional de Saúde).
"Temos cachorro, que é o hospedeiro, temos o mosquito, temos lixo para alimentá-lo. O que
nos resta é tentar quebrar o ciclo",
disse Salineiro.
A doença, nova no Estado, é
transmitida pelo mosquito Lutzomiya longipalpis, que em áreas
urbanas se utiliza do cachorro como hospedeiro e se alimenta de
detritos orgânicos. O lixo produzido pelos 180 mil habitantes de
Araçatuba é jogado a céu aberto.
Este ano, 11 pessoas contraíram
a doença em Araçatuba, duas das
quais morreram. Cinco doentes
são de uma mesma família.
Os cães contaminados são sacrificados, por orientação do Ministério da Saúde. Os animais doentes deixam de comer, apresentam
feridas e crescimento das unhas.
No ser humano, a leishmaniose
visceral pode ser curada se for
diagnosticada no início. O primeiro sintoma aparente no homem é febre contínua por um
longo período. A pessoa emagrece, apresenta anemia e seu fígado
e baço aumentam.
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