São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

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Prefeito enfrentou seus aliados

DAS REGIONAIS

A gestão do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos (PT), foi marcada pelo enfrentamento com empresas prestadoras de serviços públicos e aliados.
A maior polêmica envolveu um contrato de R$ 133,5 milhões firmado pelo ex-prefeito Francisco Amaral (PPB) com o consórcio Ecocamp para a coleta de lixo.
Quando Amaral anunciou o consórcio Ecocamp como vencedor da licitação, no final da sua gestão, Toninho, já prefeito eleito, foi à Justiça contra o contrato. Em julho, anunciou a redução do valor do negócio em R$ 40 milhões.
O petista reduziu o valor do contrato para o fornecimento de merenda escolar de R$ 24,7 milhões para R$ 14,9 milhões e abriu uma auditoria.
Outro contrato que trouxe problemas para o petista foi o firmado com a Brasobras, para locação de máquinas e caminhões.
Assim que tomou posse, Toninho determinou a prorrogação do contrato por seis meses, no valor de R$ 2,4 milhões, o que provocou críticas da oposição.
O dono da empresa, Newton Luiz Lochter Arraes, foi assessor de gabinete do ex-prefeito Jacó Bittar, entre 1990 e 1993, quando Toninho era vice-prefeito. Arraes também foi filiado ao PT.
A Brasobras era acusada de ter utilizado documentos falsos para vencer licitação em 99 na gestão de Amaral. O contrato era questionado na Justiça por uma ação popular desde fevereiro de 2000.
Toninho também foi criticado por ter prorrogado contratos de vigilância firmados por Amaral com as empresas Gocil e Power, que haviam embasado, com o apoio do PT, um pedido de impeachment do pepebista.
Toninho também criou adversários ao iniciar o processo de remoção de cerca de 17 mil pessoas residentes em 16 áreas que seriam desapropriadas para a ampliação do aeroporto de Viracopos.
A última polêmica envolvendo Toninho foi a autorização para o reajuste da tarifa de ônibus de R$ 1 para R$ 1,30 -o último aumento havia sido em julho de 98.
A concessão do reajuste provocou protestos de sindicalistas e estudantes ligados ao PT e PC do B.

Segurança
O prefeito Antonio da Costa Santos, mesmo tendo sido vítima de um roubo antes de chegar ao último debate do segundo turno das eleições do ano passado, decidiu que não iria usar segurança pessoal. A única medida adotada foi a mudança de endereço. Toninho e família deixaram o casarão histórico do Proença para morar em um apartamento no Jardim Notre Dame, em Sousas.
O chefe de gabinete, Gerardo Mendes de Melo, e o secretário dos Negócios Jurídicos, Nilson Lucílio, disseram que haviam recomendado ao prefeito a utilização de seguranças.


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