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Izalene Tiene assume e é a 1ª prefeita de Campinas
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
A assistente social e professora
Izalene Tiene (PT), 57, assumiu
ontem, às 11h28, o cargo de primeira prefeita da história de Campinas. Ela foi empossada pelo presidente da Câmara Municipal,
Romeu Santini (PSDB), em uma
solenidade simples.
Emocionada, ela afirmou, logo
após ser empossada, que "não era
isso que ela tinha combinado com
Toninho". "Nosso acordo era que
iríamos governar juntos e era isso
que vínhamos fazendo", disse,
chorando, Izalene, que até então
comandava a elaboração do Orçamento Participativo.
"Que cidade é essa que mata até
o seu prefeito?", questionou Izalene, chorando muito.
Leia abaixo trechos da entrevista que a prefeita concedeu na sala
da presidência da Câmara.
Pergunta - Toninho fez algum comentário sobre qualquer ameaça
que teria recebido?
Izalene Tiene - Não, não fez nenhum comentário. Ele estava
muito bem, por sinal.
Pergunta - A senhora acredita em
crime político?
Izalene - Eu não tenho como me
pronunciar se foi um crime político porque não vejo motivo para
isso.
Pergunta - Qual a sua opinião sobre os índices de violência em Campinas?
Izalene - A violência chegou no
seu limite. Nós nos comprometemos, durante a campanha, que
nós iríamos trabalhar para que a
violência fosse superada, não só
contando com o trabalho da polícia, mas criando as condições para que todas as pessoas tivessem
possibilidade de estar no seu local
de moradia, de trabalho, tendo relações comunitárias.
Pergunta - Qual será a primeira
medida da senhora como prefeita
de Campinas?
Izalene - A minha primeira medida vai ser pedir ao governador
[Geraldo Alckmin" para que tome
todas as providências para apurar
esse fato e todos os outros assassinatos que têm nessa cidade.
Só assim poderemos tomar medidas de reeducação e reintegração dessas pessoas para que elas
tenham vontade de viver, porque,
sem isso, a pessoa não tem como e
porque preservar a vida do outro.
Pergunta - A senhora não acha
que há muita demora para a elaboração do plano de segurança da cidade?
Izalene - Nós já temos um plano
de segurança. Nós vamos implementá-lo ainda mais, contando
com maior participação da população de Campinas.
Pergunta - A senhora pretende
andar com guarda-costas?
Izalene - A segurança tem de ser
para todas as pessoas que vivem
nessa cidade. Eu gostaria que a
minha segurança pessoal fosse a
segurança que todos os cidadãos
campineiros possam ter.
Pergunta - A senhora vai mudar
seus hábitos após o assassinato do
Toninho?
Izalene - Não sei. Acho que vou
pela função que estou assumindo
a partir de hoje.
Pergunta - Como será a administração de Campinas de agora em
diante?
Izalene - Temos muito mais que
refletir nessa nossa realidade agora. O que vai ser amanhã, vamos
pensar com mais calma amanhã.
Eu gostaria que vocês [imprensa" me respeitassem porque eu
não tenho respostas. Eu só tenho
vontade política de realmente
mudar essa situação. É isso que eu
quero fazer. Não tenho respostas,
só tenho perguntas como vocês.
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