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Mensalidade é ponto crítico para pais
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo considerando indispensáveis os investimentos na
educação dos filhos, pais de estudantes das classes A e B consideram aumentos de mensalidade o
primeiro problema que os levaria
a trocar seus filhos de escola.
E, apesar da dificuldade em pagar colégios particulares, os pais
são otimistas em relação ao futuro
dos filhos e do país.
Os dados fazem parte de uma
pesquisa realizada entre os dias 25
e 30 de agosto pelo Sistema Anglo
de Ensino com 16 mil famílias
com filhos matriculados do ensino infantil ao pré-vestibular em
escolas conveniadas.
Ao indicar apenas um problema
que os faria trocar o filho de escola, 43,4% dos pais apontaram o
preço das mensalidades. Em seguida veio a segurança, com 17%,
e o pouco rigor na disciplina, com
15,7%. Quando deviam indicar
três problemas, os casos de drogas dentro da escola foram os
mais mencionados (68,9%), ficando o aumento de mensalidades em segundo lugar, com
43,8%, seguido de pouco rigor na
disciplina, com 32,4%.
As porcentagens praticamente
iguais (43,8% ao relacionar três
problemas e 43,4% para o principal deles) do item relacionado às
mensalidades indica que esse é
um ponto crítico para as famílias.
Apesar da dificuldade em pagar
as mensalidades, o investimento
na educação dos filhos é considerado indispensável por 75,1% das
famílias. Dos entrevistados,
54,9% disseram que esse investimento vale qualquer sacrifício e
outros 20,2%, que o dinheiro gasto é indispensável, mas "quase insuportável".
Os pais do topo da pirâmide social querem que seus filhos estudem nas faculdades de ponta em
57,1% dos casos, sendo que 32,4%
desejam apenas as públicas.
O otimismo em relação ao futuro dos filhos é citado por 76,8%
dos pais, sendo 48,2% otimistas
também em relação ao país. A esperança no Brasil, entretanto, não
significa discussões em família sobre política. O assunto foi mencionado como pouco abordado
em casa por 44,9% dos pais e como muito discutido por 24,9%.
Todos os outros temas abordados
na pesquisa, como sexo, religião,
drogas e violência, são mais debatidos no ambiente familiar.
Os pais consideram os políticos
como os profissionais menos merecedores de confiança, de uma
lista de dez outros.
Segundo o responsável pelo trabalho, Roberto Zammataro, da
empresa Pró-Pesquisa, o perfil
dos entrevistados corresponde
aos 10% que estão no topo da pirâmide de poder aquisitivo brasileira: 47,7% das famílias têm renda média de R$ 2.500, 24,9%, de
R$ 3.500 e 20,7%, acima de R$
5.000. A margem de erro do estudo é de 1%.
(ANDRÉ NICOLETTI)
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