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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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Mensalidade é ponto crítico para pais

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo considerando indispensáveis os investimentos na educação dos filhos, pais de estudantes das classes A e B consideram aumentos de mensalidade o primeiro problema que os levaria a trocar seus filhos de escola.
E, apesar da dificuldade em pagar colégios particulares, os pais são otimistas em relação ao futuro dos filhos e do país.
Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada entre os dias 25 e 30 de agosto pelo Sistema Anglo de Ensino com 16 mil famílias com filhos matriculados do ensino infantil ao pré-vestibular em escolas conveniadas.
Ao indicar apenas um problema que os faria trocar o filho de escola, 43,4% dos pais apontaram o preço das mensalidades. Em seguida veio a segurança, com 17%, e o pouco rigor na disciplina, com 15,7%. Quando deviam indicar três problemas, os casos de drogas dentro da escola foram os mais mencionados (68,9%), ficando o aumento de mensalidades em segundo lugar, com 43,8%, seguido de pouco rigor na disciplina, com 32,4%.
As porcentagens praticamente iguais (43,8% ao relacionar três problemas e 43,4% para o principal deles) do item relacionado às mensalidades indica que esse é um ponto crítico para as famílias.
Apesar da dificuldade em pagar as mensalidades, o investimento na educação dos filhos é considerado indispensável por 75,1% das famílias. Dos entrevistados, 54,9% disseram que esse investimento vale qualquer sacrifício e outros 20,2%, que o dinheiro gasto é indispensável, mas "quase insuportável".
Os pais do topo da pirâmide social querem que seus filhos estudem nas faculdades de ponta em 57,1% dos casos, sendo que 32,4% desejam apenas as públicas.
O otimismo em relação ao futuro dos filhos é citado por 76,8% dos pais, sendo 48,2% otimistas também em relação ao país. A esperança no Brasil, entretanto, não significa discussões em família sobre política. O assunto foi mencionado como pouco abordado em casa por 44,9% dos pais e como muito discutido por 24,9%. Todos os outros temas abordados na pesquisa, como sexo, religião, drogas e violência, são mais debatidos no ambiente familiar.
Os pais consideram os políticos como os profissionais menos merecedores de confiança, de uma lista de dez outros.
Segundo o responsável pelo trabalho, Roberto Zammataro, da empresa Pró-Pesquisa, o perfil dos entrevistados corresponde aos 10% que estão no topo da pirâmide de poder aquisitivo brasileira: 47,7% das famílias têm renda média de R$ 2.500, 24,9%, de R$ 3.500 e 20,7%, acima de R$ 5.000. A margem de erro do estudo é de 1%. (ANDRÉ NICOLETTI)


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