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VIOLÊNCIA
Em depoimento à polícia, Fabrísio Henrique de Oliveira disse que tinha inveja da vítima, com quem convivia desde a infância
Jovem planejou morte de primo há 20 dias
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O desempregado Fabrísio Henrique de Oliveira, 20, disse em depoimento que planejou por 20
dias a morte do primo Victor
Thiago, 20, com quem convivia
desde a infância e de quem, segundo a polícia, sentia inveja e
ciúmes. Ele teve a idéia de matar
Thiago, extorquir dinheiro dos
pais da vítima e, depois, de atear
fogo ao carro do estudante para
despistar a investigação do crime.
Para os policiais, foi também
Oliveira quem comprou gasolina
e acendeu o fósforo para incendiar o Astra de Thiago. O corpo
do estudante foi encontrado no
porta-malas do carro, na terça-feira, no bairro Ipiranga (zona sul
de São Paulo).
Segundo a DAS (Divisão Anti-Sequestro), Oliveira teve como
cúmplice o desempregado Fábio
Lopes Silva, 23 -vizinho de Oliveira e também amigo da vítima
havia pelo menos dez anos.
Os primos conviviam desde a
infância no Ipiranga. Oliveira chegou a trabalhar por alguns meses
em uma das óticas do pai de Thiago. Deixou o emprego há dois meses e falava em fazer concurso para ser policial rodoviário federal.
Mas, segundo a polícia, ele tinha
inveja do dinheiro do primo.
Também tinha ciúmes porque
sua atual namorada manteve um
relacionamento rápido com o estudante havia dez meses, antes de
começar o namoro com Oliveira.
"Ele [Oliveira] sempre brigava
com a namorada quando o casal
cruzava com Thiago. Ele tinha
complexo de inferioridade em relação ao primo", disse o delegado
Paulo Sérgio Lew, da DAS.
A proximidade entre os primos
facilitou o crime. Segundo a polícia, Oliveira e Silva esperaram
Thiago perto da casa da mãe do
desempregado -tia de Thiago.
Oliveira pediu para dirigir o carro.
Em uma rua deserta, ele parou o
veículo e Silva deu o primeiro tiro.
"Vocês estão loucos", gritou o
estudante, segundo o que os dois
contaram à polícia. A pistola falhou na tentativa do segundo disparo. Oliveira pegou a arma, a
destravou, trocou a munição e devolveu a arma para Silva.
Thiago ainda pediu para ser levado ao hospital, mas logo recebeu outro disparo feito por Silva.
A pistola era de Oliveira e foi comprada no final de semana.
Oliveira e Silva levaram o carro
para um drive-in -onde o corpo
foi colocado no porta-malas e eles
tomaram banho- e depois para
um estacionamento.
Em seguida, ligaram para o pai
de Thiago e pediram R$ 400 mil
de resgate. A família disse que não
tinha o dinheiro e procurou a
DAS. Segundo a polícia, Oliveira
teve medo de que suas digitais
fossem encontradas no carro e
decidiu, na última hora, incendiar
o veículo com o corpo do primo
no porta-malas.
Oliveira comprou gasolina em
um posto próximo, levou o carro
até a rua Cripriano Barata, no
mesmo bairro, e o incendiou.
A dupla, que chegou a ir ao enterro de Thiago na quarta-feira,
teve prisão temporária decretada
ontem: Oliveira por 30 dias e Silva, por cinco dias. A polícia não
permitiu que os dois conversassem com a imprensa. Uma advogada contatada pela família de Silva, que foi à DAS ontem, também
não quis falar com os repórteres.
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