MANUELA MARTINEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Após dez dias de protestos ininterruptos, as ruas e avenidas de Salvador voltaram ontem ao normal, com um trânsito tranquilo e com poucos engarrafamentos. A trégua foi dada pelos estudantes secundaristas e universitários de Salvador que, desde a semana passada, protestam contra o aumento da tarifa de ônibus, que passou de R$ 1,30 para R$ 1,50.
Para os estudantes, a pausa é para refletir sobre o movimento, que começou a perder força nos últimos dias. "Vamos marcar uma reunião amanhã [hoje] para decidir quais serão nossas próximas estratégias. Não adianta ficar na rua incomodando os outros se nada é resolvido", disse Ana Maria Santos, 17, do colégio Central.
Sem ter uma liderança, vários grupos estudantis não chegaram a um consenso anteontem, durante protesto em frente à Prefeitura de Salvador. Os estudantes brigavam entre si para deliberar as novas ações do movimento.
Mesmo com a desmobilização dos estudantes, a PM manteve o reforço no policiamento das ruas para evitar qualquer surpresa.
Ontem, em Curitiba, o prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy, 53 (PFL), confirmou a realização de um encontro na capital baiana, ainda neste mês, para discutir a desoneração das tarifas. "Vamos reunir os prefeitos das cidades com mais de 200 mil habitantes que também enfrentam problemas relacionados ao transporte público", disse Imbassahy.
Segundo ele, as propostas decididas no encontro serão encaminhadas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 25. "Os Estados e municípios já demonstraram interesse em fazer uma renúncia fiscal para possibilitar a redução da tarifa. Vamos torcer para que o governo federal também faça o mesmo".


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