São Paulo, sábado, 12 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PCC fornece drogas a facção local, diz secretário

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O secretário da Segurança da Bahia, César Nunes, afirmou ontem que a facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) fornece drogas ao grupo traficante Comissão da Paz, apontado pela polícia como responsável pelos ataques em Salvador.
O secretário nega que o PCC tenha alguma participação nos atentados na capital baiana, mas admite que os traficantes locais se inspiraram no grupo que, em 2006, desfechou uma série de ataques no Estado de São Paulo, matando 43 membros das forças de segurança.
"Nossas investigações detectaram que a Comissão da Paz tem uma ligação com o PCC. Mas é apenas para o fornecimento de drogas, e não de armas ou outros equipamentos", afirmou Nunes.
Ele também admitiu que não existe um controle sobre traficantes presos nos presídios baianos, mas justificou afirmando que esse é um problema nacional. Segundo Nunes, o próprio governo federal foi obrigado a criar os presídios federais de segurança máxima.
Responsável pelos presídios na Bahia, o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Nelson Pellegrino, disse à Folha que a estrutura atual não é capaz de evitar que presos continuem controlando o crime de dentro das cadeias.
"Infelizmente, em lugar nenhum do mundo isso é possível. Aqui, nós só teremos agora em outubro um presídio com cela individual para isolar um preso", afirmou Pellegrino.
Questionado se a transferência dos presos para um presídio federal demonstra que o sistema penitenciário baiano é ineficaz, o secretário respondeu que "é impossível impedir que um preso passe informações por familiares e advogados durante visitas".
Ele não descarta novas transferências e disse que elas serão feitas até que "se quebre a cadeia de comando". Pellegrino declarou ainda que pode suspender as visitas, caso os atentados continuem em Salvador.
Investigações da polícia apontaram que as ordens dos ataques ocorridos nos últimos cinco dias foram passadas por telefones celulares e mensagens levadas por visitas. (MM)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Periferia de Salvador vive dias de tensão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.