São Paulo, sábado, 12 de setembro de 2009

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Periferia de Salvador vive dias de tensão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Os ataques dos últimos cinco dias criaram um ambiente de tensão em bairros de Salvador onde ônibus e postos policiais foram destruídos. A maioria das ações ocorreu na periferia, região de atuação da facção criminosa Comissão da Paz, de acordo com a polícia.
Os ataques, que já deixaram 16 ônibus destruídos e um motorista com queimaduras, fizeram o sindicato de motoristas e cobradores cogitar uma greve, caso mais funcionários ou passageiros fiquem feridos.
"Nós só não deflagramos a greve ainda porque é o que eles [os criminosos] querem. Mas a população não pode ser prejudicada por isso", afirmou Ubirajara Sales, diretor de imprensa do sindicato.
A reportagem percorreu três bairros onde houve ataques (Águas Claras, Pero Vaz e Alto de Coutos). Nesses locais, passageiros, motoristas e cobradores de ônibus dizem evitar utilizar o transporte à noite.
A cabeleireira Dandara Aguiar, 22, estava no ônibus atacado em Pero Vaz, anteontem, por volta das 22h. Ela contou que os criminosos chegaram em um carro branco e ordenaram que o veículo fosse esvaziado antes de incendiá-lo.
"Estava todo mundo em pânico. Quando tocaram fogo no ônibus, todo mundo saiu correndo, e eu até torci o pé. Eu chorava tanto que, quando cheguei em casa, nem consegui explicar para minha mãe o que tinha acontecido", contou ela.
O cobrador Celso de Souza, 35, diz que só continua trabalhando porque os alvos dos criminosos ainda são apenas os veículos. "No momento em que começarem a atirar na gente, colocar fogo no pessoal, aí não vai ter ninguém que me faça entrar num ônibus", disse. (MM)


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