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VIOLÊNCIA
Assassino que age de maneira semelhante à do motoboy que atacava em SP já matou 10 mulheres em Nova Friburgo
Polícia procura maníaco do parque do RJ
SERGIO TORRES
enviado especial a Nova Friburgo
Um assassino que age de maneira semelhante à do maníaco do
parque do Estado, em São Paulo,
já matou dez mulheres na cidade
turística de Nova Friburgo, na região serrana do Estado do Rio,
desde 1994.
Em todos os crimes, as vítimas
sofreram torturas e violências sexuais. Seis mortes ocorreram em
uma floresta no parque São Clemente, área nobre do município,
que fica a 134 km do Rio.
O primeiro corpo Äde Susiane
Abreu Travassos, 22Ä foi descoberto em junho de 94. O último, de
Fabiana Ferreira Rocha, 16, em
abril deste ano.
Passados mais de quatro anos do
início da série de mortes, a polícia
não conseguiu prender ninguém.
Há apenas suspeitos.
O delegado-titular de Nova Friburgo, Henrique Pessoa, 36, disse
à Folha que pelo menos sete assassinatos foram praticados da mesma forma.
"Há alguns crimes que podem
não ter vinculação", afirmou o
delegado, referindo-se às mortes
de três mulheres fora do parque
São Clemente.
As três vítimas descartadas pelo
delegado foram mortas como as
outras sete. Antes de assassinadas,
sofreram ataque sexuais e agressões.
Desaparecidas
Apesar de pouco disposto a falar
sobre os crimes em série, Pessoa
afirmou que há três jovens desaparecidas. Uma delas chama-se
Mabiá da Silva. Ele não revelou os
nomes das outras duas.
As mortes vinham merecendo
pouca atenção da polícia até 11 de
fevereiro do ano passado, quando,
de uma só vez, foram localizados
os corpos de quatro mulheres nas
matas do parque São Clemente.
A descoberta dos cadáveres, na
terça-feira de Carnaval, chocou a
população da cidade de Nova Friburgo. Três das vítimas estavam
desaparecidas desde o ano anterior. Única formalmente identificada, Cleide Carla Lima, 16, sumira de casa uma semana antes da
localização dos corpos.
As quatro jovens estavam nuas.
Foram mortas por estrangulamento e a facadas.
Parentes reconheceram objetos e
roupas de Sílvia Lima Nicolau,
Gilcimara de Oliveira e Amanda
Prosper da Silva.
Reconhecimento
A decomposição dos corpos impediu a perícia da Polícia Civil de
fazer o reconhecimento formal.
Até hoje, a polícia não providenciou a realização de exames de
DNA nos cadáveres, que continuam guardados no IML (Instituto Médico Legal).
"Quem vai pagar a despesa com
os exames será a Prefeitura de Nova Friburgo", disse o delegado.
Não há previsão para a realização
dos exames.
No ano passado, a polícia considerou estar perto da descoberta da
identidade do "maníaco da serra", como é conhecido o assassino na cidade.
No final de março, o estudante
Rafael Azevedo Silveira, 19, foi
morto com um tiro na cabeça
quando namorava na localidade
de Alto das Braunes.
Sua acompanhante sofreu violências sexuais e teve o corpo ferido a navalhadas.
Ela só não foi morta porque, em
um momento de distração do criminoso, escapou nua e ferida ao
volante do carro em que estava
com Silveira.
A polícia prendeu o caseiro Manoel Santos, 35, o Manoel Maluco.
A sobrevivente o reconheceu.
Na semana passada, ele foi condenado a 43 anos de prisão pela
morte do rapaz e pelas agressões
sexuais à jovem.
Para a polícia, Santos era o "serial killer" responsável pelas mortes, mas nada foi provado.
"Ele praticou um crime semelhante, mas isolado. Seria um autor em potencial, mas não conseguimos vinculá-lo aos demais casos", disse o delegado.
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