São Paulo, sábado, 12 de setembro de 1998

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Morte após alta não é incomum, diz presidente do CRM

da Reportagem Local

O presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Pedro Paulo Roque Monteleone, disse ontem que não é "incomum uma pessoa morrer de tromboembulismo pulmonar após receber alta hospitalar".
Tromboembulismo pulmonar foi a causa da morte da dona-de-casa Severina Camélia Costa, uma das vítimas do desabamento do templo da Universal. Ela morreu duas horas e meia após sair da Santa Casa de São Paulo.
Segundo o presidente, em uma situação de repouso prolongado é possível ocorrer a formação de um coágulo dentro de uma veia. Ao voltar a se movimentar, depois da alta, esse coágulo pode se desprender e subir para o pulmão, causando a morte do paciente.
"É uma situação de difícil diagnóstico, principalmente se ocorrer nos membros inferiores", disse.
O diretor clínico da Santa Casa, José Mandia Neto, afirmou que esse tipo de complicação "pode ocorrer, seja de forma discreta, algumas vezes fatal, muitas vezes sem sintomatologia prévia que sugira o diagnóstico".
Segundo ele, a doente recebeu atendimento adequado, correto, "não sendo identificada nenhuma falha em relação ao diagnóstico, tratamento e aos critérios estabelecidos para a alta hospitalar".
O diretor diz que a paciente, ao chegar ao hospital, estava com três costelas e a décima vértebra torácica fraturadas.
A assessoria do Hospital das Damas, onde a paciente esteve antes da Santa Casa, disse que em nenhum momento o atendimento emergencial de qualquer paciente foi condicionado a valores. José Carlos Marques, genro de Severina, havia dito que o hospital exigira R$ 5.000 para atendê-la.
José Fernando Seixas, que a atendeu no Hospital das Damas, disse que prestou o atendimento emergencial necessário e que sugeriu a transferência pois " a Santa Casa é o maior centro de traumatologia da América Latina".



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