da Reportagem Local

O professor e hematologista Dalton Chamone, 53, foi um dos últimos técnicos da equipe do ex-ministro Adib Jatene a deixar o ministério. Chamone ocupava a coordenadoria de Sangue e Hemoderivados (Cosah), órgão do Ministério da Saúde, há cerca de quatro anos.
A principal função da Cosah é normatizar o processamento e a inspeção do sangue. Outra função é dar parecer sobre os hemoderivados a serem comprados pelo ministério.
Foi em sua última gestão que Chamone criou os painéis de testes sorológicos, utilizados para testar a competência dos bancos de sangue. Sob a coordenação de Elisaldo Carlini, então secretário da Vigilância Sanitária, Chamone participou da criação do PNIUH, Programa Nacional de Inspeção em Unidades Hemoterápicas.
Mesmo com a saída de Jatene, em dezembro passado, quase toda a equipe da Vigilância Sanitária ficou no posto. Em março, Carlini foi afastado. Por trás de sua saída -mais do que o fato de ser estranho ao novo ministro-, estava a polêmica em torno do Mercosul.
Carlini queria que alimentos e medicamentos argentinos fossem submetidos à Vigilância Sanitária antes de entrarem no país.
Com a saída de Carlini, o primeiro a deixar o posto foi o médico Mário Ivo Serinolli, da divisão de Sangue e Hemoterápicos da Vigilância Sanitária. Serinolli, que retomou seu posto na Fundação Pró-Sangue, é um dos homens de confiança de Chamone. A administração da Cosah começa a ser transferida para Brasília.
Com a posse de Marta Nóbrega na vigilância, Chamone praticamente deixou de ser ouvido pelo ministério. Mesmo permanecendo no posto, seus programas foram sendo desmontados.
Em agosto, ele foi a Brasília se queixar ao ministro. Não foi ouvido. Em setembro, encaminhou uma série de denúncias à Procuradoria da República, o que precipitou sua demissão. A nota oficial do ministério informou que Chamone deixou o posto por não poder conciliar sua função na Cosah com seu posto na Faculdade de Medicina da USP.



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