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IPTU deve subir ainda mais em 2008
Prefeitura fará no ano que vem a revisão do valor venal dos imóveis, que é a base de cálculo do imposto e está defasado
Projeto obriga o governo a atualizar todos os anos a planta genérica de valores; última atualização foi em 2001, no governo Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo deve encaminhar até setembro do
ano que vem uma nova planta
genérica de valores, documento que serve de base para o cálculo do IPTU (Imposto Predial
e Territorial Urbano).
A elaboração da nova planta
significará, na prática, um forte
aumento do imposto para
2008, ano de eleições.
O documento aponta o valor
venal de cada imóvel da cidade
e é calculado com base em 70%
do valor de mercado do imóvel.
Na avaliação da prefeitura,
como a última revisão da planta
foi feita apenas em 2001 (para
valer em 2002), no governo da
petista Marta Suplicy, o valor
de mercado dos imóveis que
constam na planta atual estão
muito desatualizados.
A expectativa é que haja aumentos grandes em várias regiões da cidade de São Paulo,
principalmente nas áreas próximas às de expansão do metrô,
nos quais teria havido valorização dos imóveis.
O secretário-adjunto das Finanças, George Tormin, afirmou que a prefeitura ainda está
fazendo os cálculos, que devem
ser concluídos apenas no segundo semestre de 2007.
Ele não soube avaliar o aumento de receita que a revisão
vai proporcionar. "Ainda nem
começamos a levantar isso."
A previsão é que, na maior
parte dos imóveis, o valor venal
seja maior e, portanto, o valor
do IPTU também.
Tormin, no entanto, nega
que a intenção do governo seja
provocar um aumento de impostos para elevar a receita. Para ele, esse é um procedimento
que deveria ser normal.
"Tem gente colocando no
anúncio do jornal, como um benefício, que o imóvel vale R$
140 mil, mas que é isento de
IPTU, porque os imóveis de até
R$ 60 mil são isentos. É uma
distorção que nós queremos
corrigir. Queremos tornar periódica a atualização do valor
do imóvel", afirmou.
A lei encaminhada pelo prefeito Gilberto Kassab (PFL) à
Câmara, e que prevê um reajuste do IPTU acima da inflação
em 2007 para parte dos imóveis da cidade, torna obrigatória a atualização anual da planta genérica.
"Isso já é feito todos os anos
com o IPVA e o valor dos carros. Vamos fazer isso com os
imóveis da cidade e é uma coisa
que deveria ser feita sempre",
disse Tormin.
O secretário-adjunto explicou que o valor de mercado dos
imóveis é obtido a partir de informações transmitidas por
cem imobiliárias cadastradas
na secretaria e que enviam todos os meses os valores das
transações efetuadas no mercado. Tormin afirmou que os
dados informados pelas imobiliárias são os reais, não os registrados nas escrituras.
Com esses dados em mãos,
de acordo com ele, os técnicos
da pasta checam os valores com
os sites de compra e venda de
imóveis e com os classificados
de jornais. "A gente trabalha
com fontes alternativas."
A atualização anual da planta
genérica de valores é tida na
prefeitura como uma maneira
de garantir justiça fiscal, uma
vez que o proprietário pagará o
imposto referente ao valor real
de seu imóvel, e não sobre um
valor desatualizado, que pode
ser menor ou maior do que o
valor atual.
"Não é uma questão de aumentar imposto, porque o imóvel pode ter caído de preço. Se
surgiu uma favela próximo ao
imóvel, o valor cai. Se chegou o
metrô, o valor sobe. O mercado
é muito dinâmico", afirmou o
secretário-adjunto.
O vereador Paulo Fiorilo
(PT), da Comissão de Finanças
e Orçamento, disse que o projeto ainda precisa ser muito debatido na Câmara antes de ir à
votação. "O projeto chegou em
29 de setembro e só tivemos
acesso ontem [anteontem]",
afirmou o petista. Para ele, Kassab terá de formar uma maioria
na Câmara para que o projeto
seja aprovado.
O líder do governo, Gilson
Barreto (PSDB), acredita em
aprovação. Segundo ele, o tema
será discutido paralelamente
ao Orçamento de 2007.
(EVANDRO SPINELLI)
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