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SISTEMA PENAL
Motim ocorreu quando o José Carlos Dias inaugurava novas instalações de um presídio no MT
Tiroteio interrompe visita de ministro
ROBERTO SAMORA
da Agência Folha,
em Campo Grande
Uma rebelião na penitenciária
Mata Grande, em Rondonópolis
(210 km ao sul de Cuiabá-MT),
assustou o ministro da Justiça, José Carlos Dias, e o governador do
Mato Grosso, Dante de Oliveira
(PSDB), que inauguravam novas
alas do presídio.
Os dois estavam conhecendo as
instalações, por volta das 11h,
quando 170 presos do pavilhão 2
iniciaram um quebra-quebra.
Com a confusão, o ministro e o
governador, que estavam no pavilhão administrativo, retiraram-se do local. Depois de realizar o
descerramento das placas inaugurais na entrada da penitenciária, foram embora.
Pouco depois, os presos rebelados foram até o alambrado, que
divide a ala 2 das demais, e tentaram pulá-lo. Segundo a polícia,
um preso foi visto segurando
uma arma durante o motim.
O secretário de Justiça e Cidadania, Hermes de Abreu, 46, que
acompanhou a visita de Dias,
afirmou que a Polícia Militar deu
tiros para cima e atirou bombas
de efeito moral para evitar a tentativa de fuga.
O detento Rosemárcio Gomes,
que estava quase pulando o alambrado, acabou sendo ferido na
perna. Ele foi atendido na Santa
Casa da cidade. Abreu disse que a
polícia atirou para evitar que outros também pulassem a cerca.
Mesmo que os detentos conseguissem transpor o obstáculo,
eles ainda teriam pela frente um
muro de 5,5 metros.
Abreu qualificou o motim de
"ato de vandalismo" e "protesto
insano". Ele afirmou que os presos têm o direito de protestar,
mas não poderiam quebrar as
instalações da penitenciária.
Os 170 detentos rebelados se
acalmaram após a ação da polícia
e foram transferidos para um dos
pavilhões inaugurados. As celas
não estavam superlotadas. A penitenciária abriga atualmente 351
presos e tem capacidade para 716.
Eles protestaram contra a demora para o atendimento de pedido
de progressão de regime de prisão (de fechado para semi-aberto) para quatro detentos. Também exigiam a presença do juiz
da Vara de Execuções Penais.
Após a rebelião, que durou
duas horas, a PM fez uma varredura no presídio e não encontrou
nenhum tipo de arma de fogo
com os presos, a maioria condenados por homicídio e roubo. Foram encontrados vários estiletes.
Ontem, por causa da presença
do ministro da Justiça, cerca de
cem homens da PM trabalhavam
no local. Normalmente são cerca
de 30 policiais.
Antes de retornar para Brasília,
o ministro ainda participou de
uma audiência sobre segurança
pública com representantes de
entidades do Mato Grosso.
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