da Reportagem Local

Menores internos do complexo Tatuapé da Febem, em São Paulo, fizeram ontem uma nova rebelião -a segunda em menos de dois dias- com dois monitores e quatro menores como reféns.
A rebelião começou por volta das 17h na Unidade Educacional 12 da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), onde estão os menores acusados de homicídio e de outros crimes graves.
Usando facas e estiletes, cerca de 55 menores dominaram dois monitores durante o horário de banho, às 19h. Alguns meninos pularam o muro e foram para a UE 13, onde pegaram quatro menores, de grupos rivais.
Os monitores e os menores foram mantidos como reféns durante cerca de 1 hora e 30 minutos, quando os rebelados foram dominados pela tropa de choque da PM que atua em uma base no complexo Tatuapé da Febem.
Segundo a PM e o Sitraemfa (sindicado dos trabalhadores da Febem), ninguém ficou ferido.
Às 19h30, policiais começaram a revista dos internos e a apreensão dos instrumentos utilizados.
Os menores reivindicavam melhores condições de vida e a redução populacional da unidade.
Em cada uma das 20 unidades do complexo Tatuapé há cerca de 50 ou 60 meninos. A capacidade normal de cada unidade é para 30 garotos.

Fugas
Na madrugada de terça-feira, cinco meninos fugiram pelo telhado. Segundo a Polícia Militar, apenas um foi recapturado pelos vigias. À noite, mais seis garotos fugiram, quando voltavam de audiências.
No mesmo dia, cerca de 140 menores se envolveram em um princípio de rebelião. A situação foi controlada pelos monitores e pela PM após três horas de tumulto.
Para o diretor do Sitraemfa, Wilson Roberto da Luz, o quadrilátero do Tatuapé é "bola da vez"
"As rebeliões devem aumentar aqui (no complexo Tatuapé) e na Febem da rua da Alegria. Há uma superlotação e os meninos sempre vão tentar fugir", afirmou o diretor do sindicato. (LILIAN CHRISTOFOLETTI)


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