São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2000

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Melhora de ambiente depende de profissionais

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de ajudar na recuperação das crianças, a simples presença de uma brinquedoteca não significa que o hospital esteja conseguindo humanizar a interação com o paciente. "O ponto crucial não é o aparato que o hospital possui. É claro que ter brinquedo e palhaços ajuda, mas isso, por si só, não garante um trabalho de humanização", afirma a psicóloga Morgana Maretti, que pesquisa o trabalho dos Doutores da Alegria.
"A medicina passou por um século de evolução tecnológica muito intensa, mas ainda precisa evoluir muito na melhoria da relação entre o médico e o paciente. A figura central desse processo são as pessoas, e não os equipamentos que uma instituição possui. Um hospital com profissionais preparados para interagir com os pacientes pode ser muito mais humano do que um cheio de recursos", diz a pesquisadora.
Para Kátia Capellaro, coordenadora das atividades multidisciplinares do Centro Infantil Boldrini, a preocupação de um hospital infantil deve ser tornar o ambiente mais familiar à criança não apenas em um espaço.
"Temos uma brinquedoteca no hospital e estamos até ampliando, mas o mais importante para nós é tentar deixar todo o espaço mais alegre. Uma criança que está no leito precisa de atividade, ter jogos, contadores de história ou qualquer pessoa que realize atividades lúdicas", diz Kátia.
A coordenadora do Boldrini também concorda com a pesquisadora Morgana Maretti, que afirma que o principal responsável pela humanização de um hospital é o profissional que lá trabalha.
Para o coordenador do Centro Infantil Boldrini, Linus Fascina, a formação universitária dos profissionais precisa levar mais em conta as relações entre paciente e médico. "O movimento de humanização do tratamento começou para valer no Brasil há cinco anos e precisa ser melhor discutido nas universidades", diz.


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