São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEXO

Congresso na Flórida, EUA, apresentará brasileiro cujo membro passou de 11 cm para 27 cm com o auxílio do aparelho

Extensor de pênis é avaliado por médicos

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Afinal, tamanho é ou não é documento? Se é, quanto vale em investimento? Os cirurgiões reunidos na Flórida neste final de semana acham que é documento, sim, e que vale muito. Tanto acreditam que este é o quinto ano em que se encontram para o Congresso Mundial de Aumento de Pênis, da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos do Pênis.
O encontro coincide com dois fatos que têm a ver com brasileiros. O primeiro foi a aprovação pelo Ministério da Saúde de um aparelho para alongamento do pênis. A aprovação do extensor consta da resolução 127, publicada no "Diário Oficial" da União de 9 de outubro.
O outro fato é a apresentação, hoje, no congresso da Flórida, do suposto maior caso de alongamento conseguido até agora no mundo. O paciente, que começou a utilizar o aparelho porque seu pênis media 11 cm de comprimento, recebeu alta quando atingiu 16 cm, mas continuou com o extensor por conta própria, chegando a 27 cm.
O recordista é um joalheiro de Porto Alegre e o caso está sendo relatado na Flórida por seu médico, o cirurgião gaúcho Bayard Fischer Santos, do Instituto de Andrologia de Porto Alegre.
O extensor é considerado um aparelho de fisioterapia, na mesma classificação de um aparelho ortodôntico. Segundo o médico, a pressão que exerce sobre o pênis "ativa a divisão celular", provocando um aumento de 2 a 3 cm a cada seis meses de uso. Também estaria beneficiando homens que sofrem da doença de Peyronie, que provoca o entortamento do pênis. "Só me incomodou nos primeiros 15 dias, depois nem percebia que estava usando", afirma o técnico em informática R.S., do interior de São Paulo.
Segundo Fischer, o aparelho deve ser usado por pelo menos 12 horas por dia e é facilmente retirado e colocado pelo usuário.
O extensor, que já foi aprovado na Europa e é vendido nos EUA -embora ainda não tenha aprovação oficial- custa de US$ 700 a US$ 800. Segundo Fischer, o aparelho já vem sendo receitado por andrologistas e urologistas de várias capitais. Estima-se que pelo menos 3.000 brasileiros já o usem.
A vantagem do extensor é que, para a maioria das pessoas insatisfeitas com o tamanho do pênis, ele dispensa a cirurgia. A operação, na maior parte dos casos, consiste em soltar os ligamentos, o que pode render um aumento de 2 a 4 cm. Em alguns casos, os dois métodos são associados, gerando "ganhos maiores", segundo Alfredo Donis Romero, especialista em cirurgia vascular e diretor do Ibrasexo (Instituto Brasileiro para a Saúde Sexual).

Advertências
Para boa parte dos médicos especialistas no assunto, no entanto, tanto o alongamento quanto a cirurgia são condenados. "Não há literatura séria que mostre que a cirurgia é efetiva", diz o urologista Sidney Glina. "O mesmo ocorre com aparelhos que prometem um aumento do pênis." Glina é o primeiro latino-americano escolhido para presidir a Isir, sigla em inglês para a Sociedade Internacional de Pesquisa em Impotência.
Segundo a Sociedade Americana de Faloplastia, justamente a que reúne os cirurgiões plásticos do pênis, cerca de 80% dos homens se sentem inseguros com relação ao tamanho do membro. Uma pesquisa feita pelo Ibrasexo, que reuniu 3.526 perguntas ou queixas de homens que entraram em contato com o instituto, revelou que 47,2% deles manifestaram preocupação com o tema.



Texto Anterior: PLANTÃO - Julio Abramczyk: Uso na estrada pode provocar acidentes
Próximo Texto: Pesquisas indicam que a média no Brasil é de 14 cm
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.