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SAÚDE
Pesquisa da Unesco ouviu estudantes brasileiros dos ensinos fundamental e médio
Álcool é a droga que mais atrai aluno
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Levantamento feito pela Unesco
(Organização das Nações Unidas
para Educação, Ciência e Cultura)
em escolas do país nos últimos
três anos mostra que o álcool é a
droga que mais atrai alunos dos
ensinos fundamental e médio
-42,2% consomem bebidas
eventualmente. A mesma pesquisa ressalta que só 3% dos entrevistados usam drogas, e que 92% jamais experimentaram narcóticos.
Mas, segundo o estudo, é grande a quantidade de alunos que dizem ter visto alguém consumindo
drogas, como maconha (80,5%),
inalantes (21,6%), cocaína
(21,5%) e merla ou crack (11,6%).
Intitulada "Drogas nas Escolas",
a pesquisa ouviu 3.099 professores e coordenadores, 10.225 pais e
50.049 alunos de 13 a 24 anos das
redes pública e privada em 14 capitais do país desde 2000. A pesquisa tem margem de erro de 3%.
Os dados mostram que a propaganda sobre malefícios do fumo e
lembretes ostensivos em maços
de cigarro dão mais resultado que
campanhas de conscientização
sobre o uso abusivo de álcool:
45,9% dos alunos disseram que
nunca consumiram bebida alcoólica, e 89,1% disseram que jamais
puseram um cigarro na boca.
Segundo Mary Garcia Castro,
pesquisadora responsável pelo livro, já existe "controle social" sobre o uso do cigarro no Brasil, o
que não ocorre com o álcool, para
o qual há "certa complacência".
Porto Alegre lidera o ranking
dos usuários, seja o de drogas lícitas, como álcool (14,4%) ou cigarro (8,4%), seja o de ilícitas (6%),
como maconha e cocaína.
Pedido de socorro
Segundo a pesquisa, 68,7% dos
alunos que usam drogas com frequência consideram o narcótico
problema, ameaça ou perigo. Para Castro, é um "pedido de socorro" do usuário, que não consegue
deixar o vício. O uso de drogas é
visto como problema por 86,6%
entre os que nunca a utilizaram.
O apelo se dá por causa do prejuízo à saúde e da repressão social.
O usuário é visto por 75,9% dos
alunos como pessoas com problemas, que precisam de ajuda ou
uns "otários que vão se dar mal"
(51,6%). Apenas 3,8% consideram usuários como "caras legais".
O relatório também sugere ao
governo um modelo para prevenir o uso de drogas pelos alunos: a
"escola protegida", que investiria
em novas culturas pedagógicas
que estimulem a auto-estima do
aluno e que o debate de temas como drogas constaria do currículo.
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