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FELIPE SILVA CAFFÉ
Rapaz planejava prestar direito para ser delegado
DA REPORTAGEM LOCAL
Na segunda-feira, se tivesse retornado da viagem, Felipe Silva Caffé, 19, teria a primeira reunião em seu emprego novo: tinha sido selecionado para uma vaga de
auxiliar de escritório. Mas,
segundo seu pai, o sonho de
Felipe era ser delegado.
Para atingir o objetivo, o
adolescente -que estava no
terceiro ano do ensino médio- prestaria vestibular
para o curso de direito.
Dedicado, brincalhão e extrovertido, Felipe era um jovem alegre e comunicativo,
segundo as descrições dos
amigos e dos vizinhos. Não
gostava de brigas e costumava apaziguar os ânimos
quando os amigos entravam
em discussões.
Para os colegas de classe,
ele seria incapaz de reagir a
um assalto ou agredir alguma pessoa. "O Fê era muito
verdadeiro. Não tinha inimigos", contou o colega C., 17.
Além do sonho de estudar
direito, uma das paixões de
Felipe estava no futebol,
mais precisamente no Corinthians. Torcedor fanático
do clube, praticava o esporte
quase todos os dias.
Em homenagem, seus
amigos levaram uma bandeira do time no enterro do
adolescente.
Nos finais de semana, costumava sair com os amigos
do bairro para dançar forró.
Um dos programas preferidos do rapaz, no entanto, era
mesmo acampar no sítio
abandonado na cidade de
Embu-Guaçu, na Grande
São Paulo. Ele teria feito essa
viagem acompanhado dos
amigos mais de 20 vezes nos
últimos dois anos.
Felipe morava com a mãe,
enfermeira, no bairro da
Saúde (zona sul de São Paulo). Ele tinha 12 anos quando
os pais se separaram.
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