DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo prendeu ontem de madrugada 147 pessoas em suposta festa organizada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), em Sapopemba, na zona leste da capital paulista. Ao final do dia, só dois deles continuavam detidos, por serem procurados da Justiça, e os demais haviam sido liberados após serem fotografados e ouvidos sobre o encontro.
Segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), a polícia chegou ao bufê onde ocorria a festa a partir de uma denúncia recebida há duas semanas, antes do início dos atentados. Conforme o relato, a facção iria se reunir para comemorar o final do ano e, segundo a polícia, os ataques e a fuga de presos da Penitenciária do Estado.
A operação mobilizou 17 carros de polícia, um ônibus e um caminhão -usados no transporte dos presos-, mais 53 policiais de cinco delegacias do Deic. Foram apreendidos um revólver, uma pistola e 60 gramas de maconha.
Dos 147 detidos, 30 mulheres, entre elas duas adolescentes, foram liberadas antes do início da tarde. Dos 117 homens restantes, quatro adolescentes seriam foragidos da Febem e foram encaminhados de volta à entidade.
À tarde, o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, disse que não era possível dizer que o evento era do PCC. "Era o lado ruim comemorando algo ruim", disse.
Dos detidos na festa, 57 tinham antecedentes criminais. A polícia abriu inquérito para apurar crime de formação de quadrilha. Como os donos das armas e da droga não foram identificados, ninguém ficou preso. Segundo advogados de pessoas presas, a festa era para comemorar um aniversário. De cinco entrevistados, quatro não quiseram avaliar a ação policial. Só um, que pediu para não ser identificado, disse que as prisões foram arbitrárias.


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