São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

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Vizinha afirma ter sido terceira explosão na área

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LORENA

A dona-de-casa Fátima Aparecida Galvão, 42, mora desde que nasceu no bairro Ponte Nova, em Lorena, em uma casa vizinha a Orica do Brasil. A explosão de ontem foi a terceira na empresa testemunhada por ela.
Galvão conta que lembra com clareza apenas do penúltimo acidente, ocorrido em 1989, que não teria deixado vítimas.
A atual assessoria de imprensa da Orica não soube dar informações sobre o caso, já que a empresa foi negociada em 1998.
"Eu estava conversando com minha filha na cozinha quando aconteceram as três explosões, uma em seguida da outra. O barulho foi ensurdecedor e tudo em volta tremeu", disse Galvão.
Seu marido, o aposentado Gelson Luiz Galvão, 53, disse que realizava um conserto em uma das janelas da casa no momento do acidente. "Depois das explosões, subiu uma fumaça preta muito forte. Os bombeiros chegaram aqui cerca de 20 minutos depois", afirmou Galvão.
A dona-de-casa Elza Rozendo Vieira, 40, também moradora do bairro, correu para a portaria da Orica assim que as explosões aconteceram. Estava em busca de informações sobre seu filho, Bruno Ricardo, 22, de sua irmã e de um sobrinho, todos funcionários da empresa. Nenhum deles saiu ferido.
"Foi um desespero muito grande. Demorou mais de uma hora até que tive notícia deles", afirmou Vieira.
A agonia do lado de fora da fábrica não era diferente da sentida por quem estava trabalhando, segundo relatou uma funcionária da Orica, de 22 anos, que preferiu manter o anonimato.
Há um ano e dez meses no local, ela disse que trabalha com outras sete pessoas em um galpão que fica 1,5 km distante do ponto da explosão. "Manuseava um explosivo na hora em que a primeira explosão aconteceu. Saímos todos para a rua em frente ao galpão, sem saber o que estava acontecendo."
"Todos os funcionários saíram dos galpões e seguiram para a portaria da fábrica, na direção oposta ao ponto de encontro. A gente queria era sair dali", afirmou a funcionária. Segundo ela, apesar da apreensão, não houve correria.
(FÁBIO AMATO)

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