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Vizinha afirma
ter sido terceira
explosão na área
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LORENA
A dona-de-casa Fátima
Aparecida Galvão, 42, mora
desde que nasceu no bairro
Ponte Nova, em Lorena, em
uma casa vizinha a Orica do
Brasil. A explosão de ontem
foi a terceira na empresa testemunhada por ela.
Galvão conta que lembra
com clareza apenas do penúltimo acidente, ocorrido
em 1989, que não teria deixado vítimas.
A atual assessoria de imprensa da Orica não soube
dar informações sobre o caso, já que a empresa foi negociada em 1998.
"Eu estava conversando
com minha filha na cozinha
quando aconteceram as três
explosões, uma em seguida
da outra. O barulho foi ensurdecedor e tudo em volta
tremeu", disse Galvão.
Seu marido, o aposentado
Gelson Luiz Galvão, 53, disse
que realizava um conserto
em uma das janelas da casa
no momento do acidente.
"Depois das explosões, subiu uma fumaça preta muito
forte. Os bombeiros chegaram aqui cerca de 20 minutos depois", afirmou Galvão.
A dona-de-casa Elza Rozendo Vieira, 40, também
moradora do bairro, correu
para a portaria da Orica assim que as explosões aconteceram. Estava em busca de
informações sobre seu filho,
Bruno Ricardo, 22, de sua irmã e de um sobrinho, todos
funcionários da empresa.
Nenhum deles saiu ferido.
"Foi um desespero muito
grande. Demorou mais de
uma hora até que tive notícia
deles", afirmou Vieira.
A agonia do lado de fora da
fábrica não era diferente da
sentida por quem estava trabalhando, segundo relatou
uma funcionária da Orica,
de 22 anos, que preferiu
manter o anonimato.
Há um ano e dez meses no
local, ela disse que trabalha
com outras sete pessoas em
um galpão que fica 1,5 km
distante do ponto da explosão. "Manuseava um explosivo na hora em que a primeira explosão aconteceu.
Saímos todos para a rua em
frente ao galpão, sem saber o
que estava acontecendo."
"Todos os funcionários
saíram dos galpões e seguiram para a portaria da fábrica, na direção oposta ao
ponto de encontro. A gente
queria era sair dali", afirmou
a funcionária. Segundo ela,
apesar da apreensão, não
houve correria.
(FÁBIO AMATO)
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