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SOB SUSPEITA
PMs podem ter seqüestrado 3 jovens no Rio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Policiais militares do 12º Batalhão (Niterói, cidade a 15 km do
Rio) estão sendo investigados sob
acusação de terem seqüestrado
três jovens moradores do morro
do Castro, na tarde do último dia
3, e exigido resgate para libertá-los. Os rapazes, com idades entre
21 e 26 anos, estão desaparecidos.
Segundo depoimentos de parentes na 78ª DP (Delegacia de
Polícia), Luís Alberto Firmino
Guimarães, 26, Márcio da Silva
Nascimento, 23, e Rafael Gregório, 21, teriam sido vistos pela última vez em uma blitz organizada
por PMs em frente ao Destacamento de Policiamento Ostensivo
(DPO), no bairro da Engenhoca.
Na ocasião, os três estavam em
um Gol do sogro de Nascimento e
seguiam para Niterói. O carro não
foi encontrado até agora.
O delegado titular da 78ª DP, José William Medeiros, disse à Folha que parentes afirmaram que,
no dia do sumiço, Nascimento ligou e disse que tinha sido seqüestrado por PMs, que exigiam resgate de R$ 16 mil. O valor, segundo Medeiros, teria baixado para
R$ 6.000. O resgate foi pago a dois
homens no bairro do Fonseca.
O delegado informou que, diante da suspeita de pagamento de
resgate, encaminhou a investigação para a DAS (Divisão Anti-Seqüestro). Dali, o inquérito foi para
a 2ª Delegacia de Polícia Judiciária
Militar (DPJM), órgão vinculado
à Corregedoria da PM.
O titular da DPJM, coronel José
Alencar de Castro, afirmou ter dificuldade para elucidar o caso
porque nenhuma testemunha declarou abertamente tê-los visto
sendo abordados pelos PMs. Ele
disse que policiais do DPO da Engenhoca que trabalhavam no dia
negaram qualquer envolvimento.
O comandante do 12º Batalhão,
tenente-coronel Mauro Assad,
afirmou à Folha que "quem acusa
tem que apresentar provas" e que,
até agora, segundo ele, nada foi
provado contra os PMs.
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