São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

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"Ele chorava, pedia que eu o ajudasse"

DA SUCURSAL DO RIO

Tia de Márcio Nascimento, a dona-de-casa Rosa Nazaré afirmou não acreditar que o sobrinho esteja vivo. Por uma simples razão: os familiares dos três rapazes pagaram R$ 6.000 de resgate e nenhum deles apareceu até agora.
"Quando um seqüestrador pede o resgate, diz que vai devolver a pessoa, o dinheiro é entregue e a pessoa não aparece, você vai pensar o quê?", indagou.
Muito ligada ao sobrinho, Rosa diz que, horas depois de ter desaparecido, Márcio telefonou para a irmã e fez um apelo desesperado.
"Márcio dizia que os seqüestradores queriam R$ 16 mil para não matá-los. Ele chorava, pedia, "pelo amor de Deus", que eu o ajudasse, e quando ele ameaçava dizer alguma outra coisa, tomavam o telefone da mão dele", disse
Rosa afirmou que a testemunha-chave do caso seria uma mulher, conhecida do sogro de Márcio, que teria dito ter visto os rapazes sendo parados por policiais.
Mas a suposta testemunha estaria com medo de morrer e não quer ir à polícia depor.
Segundo Rosa, uma tia de Luís Alberto foi quem negociou pela última vez com os supostos seqüestradores e entregou o resgate. Essa pessoa, segundo Rosa, também não quer aparecer.
A Folha localizou uma tia de Luiz Alberto, que é dona de uma lanchonete no pé da favela. Ela disse que esteve com a mãe do sobrinho, sua ex-cunhada, que lhe contou ter recebido um telefonema desesperado do filho, pedindo ajuda. Mas ela disse não saber quem entregou o dinheiro.


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