|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Se demorasse, cairia como geladeira"
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco segundos foi o tempo
que o piloto Leonardo Rebuffo,
28, diz ter tido para fazer a manobra do pouso forçado. Cerca de
três horas depois do acidente,
com ar aliviado, comentava o receio que teve de não conseguir
controlar a rotação do helicóptero
após o estouro das correias de
transmissão, responsáveis por
passar a força do motor para os
rotores da hélice e da cauda.
"Na hora veio na minha cabeça
meu treinamento e a reação instantânea de executar a manobra
para o pouso forçado. Se demorasse mais alguns segundos perderia rotação, as pás fechariam e
eu cairia igual a uma geladeira",
disse o piloto Rebuffo, que a todo
instante era cumprimentado por
colegas no Campo de Marte.
Com três anos de trabalho na
empresa CCA Aero Táxi e 800 horas de vôo, Rebuffo, que até então
só havia treinado o pouso forçado
na escola de pilotagem, disse que
não pensou em morte. "Das 100
horas de treinamento, passamos
90 fazendo a auto-rotação [controle da velocidade e da rotação
para o pouso forçado]."
Aliviado por não ter causado ferimento no colega de vôo, o jornalista Geraldo Nunes, Rebuffo
narrava o pouso "cinematográfico", como descreviam os colegas.
"Falei com o controle que estava
retornando ao Campo de Marte,
mas no meio no caminho estourou de vez e tive de pousar. Tinha
o rio, a linha férrea com fios de alta tensão e a pista da marginal.
Decidi pousar na pista, olhei um
espaço entre os carros e vi a ponte
Eusébio Matoso na minha cara.
Não tinha força no motor para
passar por cima da ponte e decidi
pousar escorregando por baixo."
Para voltar a voar, Rebuffo fará
avaliação física e psicológica no
Hospital da Aeronáutica. O helicóptero foi inspecionado em 28
de outubro em oficina autorizada
do DAC (Departamento de Aviação Civil). Tinha 153 horas de vôo,
após ter completado a primeira
vida útil (2.200 horas/vôo), quando a parte mecânica é trocada.
Texto Anterior: Helicóptero faz pouso forçado na marginal Próximo Texto: Pouso foi correto, diz associação Índice
|