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Diretor da Física encabeça lista tríplice da USP
Glaucius Oliva, do instituto de São Carlos, foi o candidato mais votado no segundo turno das eleições para reitor da universidade
Serra tem autonomia para escolher qualquer um, mas, tradicionalmente, a opção é pelo 1º; nos bastidores,
2º colocado, Rodas, é cotado
FÁBIO TAKAHASHI
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Glaucius Oliva, diretor do
Instituto de Física de São Carlos, foi o candidato mais votado
no segundo turno das eleições
para reitor da USP. Ele encabeça a lista tríplice que será submetida à escolha do governador
José Serra (PSDB), a quem caberá a decisão final.
Os outros que integram a lista são João Grandino Rodas, diretor da Faculdade de Direito, e
Armando Corbani Ferraz, pró-reitor de pós-graduação. Os
três foram os mais votados
também no primeiro turno.
O governador tem autonomia para escolher qualquer um
dos três candidatos. Mas, tradicionalmente, a escolha recai sobre o primeiro da lista -a última vez que a tradição foi quebrada ocorreu em 1981, quando
o então governador Paulo Maluf optou por Antônio Hélio
Vieira, quarto de uma lista sextupla feita na época.
Segundo a Folha apurou, porém, há grandes chances de o
governador escolher Rodas,
pois os outros dois receberam
apoio extraoficial da reitora,
Suely Vilela. Serra e ela têm divergências. Oficialmente, Suely
afirma que não apoiou ninguém.
A assessoria de imprensa do
governador não informou
quando Serra fará o anúncio.
Votaram no segundo turno
das eleições 274 professores,
estudantes e servidores, dos
325 que eram aptos a fazê-lo.
Para chegar à lista tríplice,
foram necessários três escrutínios, uma vez que nenhum dos
oito candidatos alcançou a
maioria dos votos (164) nas
duas primeiras sessões.
No terceiro, entraram os três
nomes mais votados. Oliva teve
161 votos, Rodas, 104, e Corbani, 101. O quarto colocado foi
Ruy Alberto Corrêa Altafim,
também apoiado por Suely Vilela, com 78 votos.
Protestos
O segundo turno deveria ter
acontecido anteontem. Mas
um protesto com cerca de 200
estudantes, funcionários e
membros do movimento dos
sem-teto impediu a entrada
dos votantes na reitoria, onde
inicialmente seria o pleito.
Os manifestantes consideram o processo eleitoral antidemocrático, devido ao número pequeno de votantes, e pedem eleições diretas.
Houve bate-boca. Com a confusão, a votação foi remarcada
para ontem, na biblioteca do
Memorial da América Latina
(zona oeste), onde o acesso dos
manifestantes seria dificultado. Cerca de 150 compareceram ao local, para tentar impedir novamente a entrada dos
eleitores, mas foram frustrados
com a ação de 60 policiais (incluindo a Força Tática).
Apenas nomes que constavam na lista da comissão eleitoral puderam entrar no local.
Nem a imprensa teve acesso.
Um grupo de manifestantes
chegou a tentar empurrar os
portões, mas desistiu após a
aproximação dos homens da
Força Tática. Às 13h20, dez minutos antes do início da votação, eles fecharam a avenida
Auro Soares de Moura Andrade, onde fica a biblioteca.
Houve congestionamento.
Impacientes, alguns motoristas chegaram a discutir com os
alunos e servidores. "Eu tenho
paciente no hospital me esperando, eu preciso passar", gritava a terapeuta Cleide Trovato.
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