São Paulo, quinta-feira, 12 de novembro de 2009

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Diretor da Física encabeça lista tríplice da USP

Glaucius Oliva, do instituto de São Carlos, foi o candidato mais votado no segundo turno das eleições para reitor da universidade

Serra tem autonomia para escolher qualquer um, mas, tradicionalmente, a opção é pelo 1º; nos bastidores, 2º colocado, Rodas, é cotado

FÁBIO TAKAHASHI
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Glaucius Oliva, diretor do Instituto de Física de São Carlos, foi o candidato mais votado no segundo turno das eleições para reitor da USP. Ele encabeça a lista tríplice que será submetida à escolha do governador José Serra (PSDB), a quem caberá a decisão final.
Os outros que integram a lista são João Grandino Rodas, diretor da Faculdade de Direito, e Armando Corbani Ferraz, pró-reitor de pós-graduação. Os três foram os mais votados também no primeiro turno.
O governador tem autonomia para escolher qualquer um dos três candidatos. Mas, tradicionalmente, a escolha recai sobre o primeiro da lista -a última vez que a tradição foi quebrada ocorreu em 1981, quando o então governador Paulo Maluf optou por Antônio Hélio Vieira, quarto de uma lista sextupla feita na época.
Segundo a Folha apurou, porém, há grandes chances de o governador escolher Rodas, pois os outros dois receberam apoio extraoficial da reitora, Suely Vilela. Serra e ela têm divergências. Oficialmente, Suely afirma que não apoiou ninguém.
A assessoria de imprensa do governador não informou quando Serra fará o anúncio.
Votaram no segundo turno das eleições 274 professores, estudantes e servidores, dos 325 que eram aptos a fazê-lo.
Para chegar à lista tríplice, foram necessários três escrutínios, uma vez que nenhum dos oito candidatos alcançou a maioria dos votos (164) nas duas primeiras sessões.
No terceiro, entraram os três nomes mais votados. Oliva teve 161 votos, Rodas, 104, e Corbani, 101. O quarto colocado foi Ruy Alberto Corrêa Altafim, também apoiado por Suely Vilela, com 78 votos.

Protestos
O segundo turno deveria ter acontecido anteontem. Mas um protesto com cerca de 200 estudantes, funcionários e membros do movimento dos sem-teto impediu a entrada dos votantes na reitoria, onde inicialmente seria o pleito.
Os manifestantes consideram o processo eleitoral antidemocrático, devido ao número pequeno de votantes, e pedem eleições diretas.
Houve bate-boca. Com a confusão, a votação foi remarcada para ontem, na biblioteca do Memorial da América Latina (zona oeste), onde o acesso dos manifestantes seria dificultado. Cerca de 150 compareceram ao local, para tentar impedir novamente a entrada dos eleitores, mas foram frustrados com a ação de 60 policiais (incluindo a Força Tática).
Apenas nomes que constavam na lista da comissão eleitoral puderam entrar no local. Nem a imprensa teve acesso.
Um grupo de manifestantes chegou a tentar empurrar os portões, mas desistiu após a aproximação dos homens da Força Tática. Às 13h20, dez minutos antes do início da votação, eles fecharam a avenida Auro Soares de Moura Andrade, onde fica a biblioteca.
Houve congestionamento. Impacientes, alguns motoristas chegaram a discutir com os alunos e servidores. "Eu tenho paciente no hospital me esperando, eu preciso passar", gritava a terapeuta Cleide Trovato.


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