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OPERAÇÃO CASTELINHO
Estado afirma que ainda não foram analisados novos laudos pedidos pelo próprio Ministério Público
"Não há provas novas", afirma secretaria
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a Secretaria da Segurança
Pública de São Paulo, "nada de
novo foi acrescentado ao conjunto das provas, que continua com
os dois solitários depoimentos".
Os dois depoimentos, segundo
nota oficial da assessoria da secretaria, são dos presos Marcos Massari e Gilmar Siqueira Leite, que
trabalhavam infiltrados para o
Gradi/PM e estavam na Operação
Castelinho, segundo relatório interno da própria unidade extinta
no ano passado.
"Denúncia foi apresentada apenas com base nas acusações de
dois presos condenados, feitas há
quase dois anos, que depois se recusaram a prestar depoimento na
Promotoria", diz o texto da nota.
A Folha relatou à secretaria os
depoimentos de cinco testemunhas que afirmam ter visto os suspeitos dominados antes dos tiros.
Mas a nota não traz comentários
sobre essas informações.
Em relação ao recebimento da
denúncia pela Justiça de Itu, a nota da secretaria diz que "ainda não
se completou boa parte das solicitações da promotora para esclarecer suas dúvidas", dando a entender que a denúncia do Ministério
Público foi precipitada.
A secretaria também criticou os
últimos procedimentos adotados
pela Justiça. Na apresentação da
denúncia, o juiz requisitou laudos
de diligências mencionados na
denúncia do Ministério Público
que não estavam nos autos. Ontem, com a inclusão de novos laudos, o juiz aceitou a denúncia
contra os 53 PMs.
"O juiz só poderia tomar duas
decisões: acolher ou rejeitar a denúncia. Diante da dúvida colocada anteriormente pelo magistrado, sua excelência optou por uma
terceira posição não prevista em
lei, ou seja, o condicionamento do
recebimento ao esclarecimento
das dúvidas", diz a nota.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), já tinha
defendido a ação da PM. Um dia
depois da denúncia, Alckmin afirmou que "a PM agiu corretamente" na Operação Castelinho.
Em relação à infiltração de presos em quadrilhas, prática usada
pelo Gradi, Alckmin disse, também na semana passada, que ela
foi feita com autorização judicial.
Dois juízes que autorizavam a
saída dos presos dos presídios e as
escutas telefônicas solicitadas pelo Gradi já foram afastados. O Tribunal de Justiça de São Paulo
também iniciou investigação para
apurar o envolvimento do secretário da Segurança Pública, Saulo
de Castro Abreu Filho.
A reportagem tem tentado contato com oficiais envolvidos no
caso desde a apresentação da denúncia, na semana passada, mas
não teve retorno.
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