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Pai nadou 200 metros até reencontrar filhos
Chorando, comerciante lembra que, ao pular do catamarã, filhos de 8 e 11 anos "escaparam" com a violência das ondas
Segundo professora, houve empurra-empurra e confusão na hora de colocar os coletes salva-vidas; "o povo estava desesperado", lembra ela
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Passageiros do catamarã que
havia saído de Morro de São
Paulo relataram momentos de
agonia. "Pulei no mar segurando dois filhos, um de 11 e outro
de oito anos. Ao cair, com a violência das ondas, não tive forças e eles escaparam", afirmou
o comerciante Edilson Duarte.
Chorando muito, Duarte disse que nadou cerca de 200 metros até reencontrar os filhos.
"Todo mundo gritava ao mesmo tempo." A mulher do comerciante, Sileide, não sabe nadar. "Pensava que podia boiar
de barriga para baixo, mas estava afundando. Aí alguém gritou
que eu deveria ficar de costas."
A estudante de fisioterapia
Tatiane Duarte disse que começou a distribuir os coletes
salva-vidas antes de o comandante alertar os passageiros.
"Percebi que algo estava errado. Havia água dentro do barco,
as ondas eram violentas."
Ela diz que os primeiros problemas no barco surgiram logo
após sair de Morro de São Paulo. "O ar-condicionado parou.
Depois, as luzes apagaram."
"Muitas pessoas gritavam de
frio", disse a cantora Mirela
Bastos. O carioca Júlio Santana
-que visitava o vilarejo turístico pela primeira vez- sentiu o
seu corpo "esfriar muito". "À
medida que o tempo passava,
ficava mais gelado. Tive dificuldade para respirar porque engolia água a toda hora."
A professora Rosângela
Moura afirma que houve confusão para colocar os coletes
salva-vidas. "O povo estava desesperado. Tinha muito empurra-empurra, havia pessoas
caídas no chão, foi horrível."
O catamarã é a melhor alternativa para quem visita Morro
de São Paulo. Leva duas horas e
meia para cumprir os cerca de
250 km até Salvador. A passagem custa R$ 50.
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