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Tremor atinge distrito a 8 km de Caraíbas e assusta moradores
Posto de saúde e várias casas de Vargem Grande ficaram com rachaduras depois de tremores, afirmam moradores
População teme fenômenos de maior intensidade, a exemplo do que ocorreu no domingo; Defesa Civil ainda não inspecionou o local
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITACARAMBI
Vizinho da comunidade destruída por um tremor no último domingo, o distrito Vargem
Grande, em Itacarambi (662
km de BH), teve um posto de
saúde rachado por um tremor
de terra e várias casas do local
apresentaram problemas em
suas estruturas. Segundo os
moradores, os imóveis racharam após uma sucessão de tremores. Teriam sido três ou quatro desde anteontem.
Na comunidade de Caraíbas,
o tremor de domingo -de 4,9
graus na escala Richter- fez
com que as 76 casas tivessem
que ser abandonadas -seis delas foram destruídas. Uma menina de cinco anos morreu, e
seis pessoas foram feridas.
A oito quilômetros de Caraíbas, Vargem Grande sofreu reflexos do tremor que deixaram
os moradores temerosos. A Defesa Civil ainda não foi ao local.
Apesar de rachado, o posto
de saúde de Vargem Grande
continua funcionando. A auxiliar de enfermagem Luiza Souza, 26, disse que parou ontem
um carro da PM e que pediu
ajuda aos policiais. "Rachou de
fora a fora, e tenho que continuar atendendo. Há risco para
as pessoas e para mim."
A rachadura maior no posto
começa na porta de entrada,
atravessa toda a recepção,
avança pelos dois lados de uma
parede interna e sai novamente
no chão de outro cômodo.
Valdenice Mota, 39, que vive
com oito filhos em uma casa de
adobe (tijolo seco ao sol), diz
que o tremor de domingo abriu
uma rachadura sobre a porta da
sua casa. Ela não dorme mais
com os filhos ali. Clarice Nunes,
59, 14 filhos, disse que ontem
houve quatro tremores. "Não
foi forte. Mas qualquer coisa
que a gente vê tremendo, já dá
uma tremedeira na gente."
Pequenos tremores de terra
vão acontecer ainda por meses
e até anos, disse o chefe do Observatório de Sismologia da
UnB (Universidade de Brasília), Lucas Barros. Ele diz que
as acomodações são normais
após um tremor mais forte.
Os ex-moradores de Caraíbas, alojados em escolas e creches da cidade, relatam que,
após a ocorrência do primeiro
tremor, em maio deste ano, técnicos da UnB teriam dito em
reunião com eles no galpão da
comunidade que não haveria
riscos de tremor na cidade.
O geólogo Cristiano Chimpliganond, da UnB, diz que o tremor "surpreendeu" a equipe.
Segundo ele, porém, a comunidade foi alertada sobre como
agir para evitar acidentes.
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