São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Tremor atinge distrito a 8 km de Caraíbas e assusta moradores

Posto de saúde e várias casas de Vargem Grande ficaram com rachaduras depois de tremores, afirmam moradores

População teme fenômenos de maior intensidade, a exemplo do que ocorreu no domingo; Defesa Civil ainda não inspecionou o local

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITACARAMBI

Vizinho da comunidade destruída por um tremor no último domingo, o distrito Vargem Grande, em Itacarambi (662 km de BH), teve um posto de saúde rachado por um tremor de terra e várias casas do local apresentaram problemas em suas estruturas. Segundo os moradores, os imóveis racharam após uma sucessão de tremores. Teriam sido três ou quatro desde anteontem.
Na comunidade de Caraíbas, o tremor de domingo -de 4,9 graus na escala Richter- fez com que as 76 casas tivessem que ser abandonadas -seis delas foram destruídas. Uma menina de cinco anos morreu, e seis pessoas foram feridas.
A oito quilômetros de Caraíbas, Vargem Grande sofreu reflexos do tremor que deixaram os moradores temerosos. A Defesa Civil ainda não foi ao local.
Apesar de rachado, o posto de saúde de Vargem Grande continua funcionando. A auxiliar de enfermagem Luiza Souza, 26, disse que parou ontem um carro da PM e que pediu ajuda aos policiais. "Rachou de fora a fora, e tenho que continuar atendendo. Há risco para as pessoas e para mim."
A rachadura maior no posto começa na porta de entrada, atravessa toda a recepção, avança pelos dois lados de uma parede interna e sai novamente no chão de outro cômodo.
Valdenice Mota, 39, que vive com oito filhos em uma casa de adobe (tijolo seco ao sol), diz que o tremor de domingo abriu uma rachadura sobre a porta da sua casa. Ela não dorme mais com os filhos ali. Clarice Nunes, 59, 14 filhos, disse que ontem houve quatro tremores. "Não foi forte. Mas qualquer coisa que a gente vê tremendo, já dá uma tremedeira na gente."
Pequenos tremores de terra vão acontecer ainda por meses e até anos, disse o chefe do Observatório de Sismologia da UnB (Universidade de Brasília), Lucas Barros. Ele diz que as acomodações são normais após um tremor mais forte.
Os ex-moradores de Caraíbas, alojados em escolas e creches da cidade, relatam que, após a ocorrência do primeiro tremor, em maio deste ano, técnicos da UnB teriam dito em reunião com eles no galpão da comunidade que não haveria riscos de tremor na cidade.
O geólogo Cristiano Chimpliganond, da UnB, diz que o tremor "surpreendeu" a equipe. Segundo ele, porém, a comunidade foi alertada sobre como agir para evitar acidentes.


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