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60% dos estudantes já acessam a internet
Índice é bem maior que há três anos, quando só 35,7% estavam conectados; banda larga deve chegar a todas as escolas do país até 2010
Em contrapartida, ainda há 15,2 milhões de jovens com mais de dez anos sem acesso à internet, equivalentes a 16% da força de trabalho do país
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de 60% dos estudantes
brasileiros já têm acesso à internet, segundo a Pnad. O índice é bem melhor que há três
anos, quando só 35,7% estavam
conectados à rede. O avanço
ocorreu na esteira da inclusão
social ocorrida no país.
A situação promete continuar melhorando no próximo
ano, já que o governo acertou
com as concessionárias de telefonia fixa levar banda larga a todas as escolas do país até 2010.
Em contrapartida, os 39,3%
restantes ainda representam
15,2 milhões de jovens com
mais de dez anos sem acesso à
internet no fim de 2008. O número equivale a 16% do total da
força de trabalho do país hoje.
No futuro, eles disputarão empregos com outros profissionais já no mercado e com outros 23,4 milhões de estudantes
com mais de dez anos que estão
inseridos no mundo digital.
A relevância da internet para
os estudantes pode ser medida
pelo percentual dos que a utilizam para atividades de educação: 84%, contra 53% entre o
público não estudante. Dos
brasileiros que acessam a internet, 17%, ou 10 milhões de pessoas, usam os computadores do
estabelecimento onde estudam. Mais de um terço, ou 3,7
milhões, tem renda familiar per
capita até um salário mínimo.
Segundo o Programa para
Avaliação Internacional de Estudantes da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 55% dos estudantes de 57 países pesquisados -entre os quais o Brasil-
recorriam à internet para pesquisa, 53% para jogos e 48% para uso de editor de textos.
"Estudantes usam computadores para diversas finalidades,
e não apenas para jogos", defende a entidade. Os softwares
educacionais, porém, eram
usados por uma minoria.
A economista Fabiana de Felício, da Metas Pesquisa e Avaliação Educacional, no entanto,
não vê perdas significativas no
aprendizado de estudantes digitalmente excluídos. Ela já
realizou diversos estudos sobre
o impacto do uso de tecnologias
na sala de aula por alunos, professores e escola.
"Ainda não está provado que
as novas tecnologias melhoram
consideravelmente o desempenho dos alunos. Nada substitui
um bom professor. Além do
mais, pôr computador em escola com professores despreparados não ajuda", diz.
Ela concorda, porém, que a
inclusão digital de estudantes
proporciona um diferencial
competitivo para eles quando
chegam ao mercado de trabalho. "Sem familiaridade com a
tecnologia, eles chegam ao
mercado menos hábeis para lidar com esses recursos e, nesse
momento, isso pode fazer diferença ao disputar a vaga."
Segundo informações do Ministério do Planejamento, 95%
das escolas públicas da Dinamarca e dos Estados Unidos,
89% das suecas, 81% das espanholas e 75% das britânicas já
tinham acesso à internet banda
larga em 2006.
(SAMANTHA LIMA)
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