São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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60% dos estudantes já acessam a internet

Índice é bem maior que há três anos, quando só 35,7% estavam conectados; banda larga deve chegar a todas as escolas do país até 2010

Em contrapartida, ainda há 15,2 milhões de jovens com mais de dez anos sem acesso à internet, equivalentes a 16% da força de trabalho do país

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 60% dos estudantes brasileiros já têm acesso à internet, segundo a Pnad. O índice é bem melhor que há três anos, quando só 35,7% estavam conectados à rede. O avanço ocorreu na esteira da inclusão social ocorrida no país.
A situação promete continuar melhorando no próximo ano, já que o governo acertou com as concessionárias de telefonia fixa levar banda larga a todas as escolas do país até 2010.
Em contrapartida, os 39,3% restantes ainda representam 15,2 milhões de jovens com mais de dez anos sem acesso à internet no fim de 2008. O número equivale a 16% do total da força de trabalho do país hoje. No futuro, eles disputarão empregos com outros profissionais já no mercado e com outros 23,4 milhões de estudantes com mais de dez anos que estão inseridos no mundo digital.
A relevância da internet para os estudantes pode ser medida pelo percentual dos que a utilizam para atividades de educação: 84%, contra 53% entre o público não estudante. Dos brasileiros que acessam a internet, 17%, ou 10 milhões de pessoas, usam os computadores do estabelecimento onde estudam. Mais de um terço, ou 3,7 milhões, tem renda familiar per capita até um salário mínimo.
Segundo o Programa para Avaliação Internacional de Estudantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 55% dos estudantes de 57 países pesquisados -entre os quais o Brasil- recorriam à internet para pesquisa, 53% para jogos e 48% para uso de editor de textos.
"Estudantes usam computadores para diversas finalidades, e não apenas para jogos", defende a entidade. Os softwares educacionais, porém, eram usados por uma minoria.
A economista Fabiana de Felício, da Metas Pesquisa e Avaliação Educacional, no entanto, não vê perdas significativas no aprendizado de estudantes digitalmente excluídos. Ela já realizou diversos estudos sobre o impacto do uso de tecnologias na sala de aula por alunos, professores e escola.
"Ainda não está provado que as novas tecnologias melhoram consideravelmente o desempenho dos alunos. Nada substitui um bom professor. Além do mais, pôr computador em escola com professores despreparados não ajuda", diz.
Ela concorda, porém, que a inclusão digital de estudantes proporciona um diferencial competitivo para eles quando chegam ao mercado de trabalho. "Sem familiaridade com a tecnologia, eles chegam ao mercado menos hábeis para lidar com esses recursos e, nesse momento, isso pode fazer diferença ao disputar a vaga."
Segundo informações do Ministério do Planejamento, 95% das escolas públicas da Dinamarca e dos Estados Unidos, 89% das suecas, 81% das espanholas e 75% das britânicas já tinham acesso à internet banda larga em 2006. (SAMANTHA LIMA)


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